O ex-deputado João Goulart Filho, candidato a presidente pelo Partido Pátria Livre (PPL), afirmou, nesta segunda-feira (13), que os ajustes neoliberais baseados no arrocho salarial e nos cortes de direitos, estão impedindo o país de sair da crise. “O salário mínimo brasileiro é um dos menores do mundo. Sem um aumento substancial, para ampliar o nosso mercado interno, que se mantém muito contraído, não sairemos da recessão. E é urgente que retomemos a produção. O país não aguanta mais”, disse ele.
“A recessão já desempregou 13 milhões de pessoas, e outras 14 milhões estão se virando nos faróis e nas ruas, nas estações, vendendo tudo o que podem. A informalidade cresce assustadoramente”, denunciou o presidenciável. “Com o desemprego e a recessão, explode também a violência. Quase 64 mil mortes violentas em 2017, segundo o último Mapa da Violência. Um estupro a cada 10 minutos. Não é mais possível vermos nosso país ser devastado dessa forma. É urgente mudarmos essa política desastrosa. Voltarmos a crescer. Temos que fazer a economia sair do buraco. E isso se faz com aumento dos salários para que as vendas cresçam e a produção das fábricas seja retomada”, acrescentou Jango.
“Esse é o debate urgente que o país precisa fazer. E é isso que eu estou propondo. Temos que dobrar o salário mínimo em quatro anos. Com isso a produção aumenta e aumentam também os investimentos. Com a volta dos investimentos, voltam os empregos. Esse é o caminho. Não adianta administrar a crise. Temos que superá-la. Ajustes e mais ajustes não vão adiantar. Nem com medidas compensatórias e paliativas vamos tirar o país do marasmo. É com produção, com consumo e com vendas. Por isso é fundamental aumentar os salários”, defendeu João Goulart.
“Os outros candidatos não tocam nesse assunto, ou quando falam no assunto, é para defender redução de salários, cortes de direitos, dificultar as aposentadorias, a diminuição do Estado, etc. O máximo que apresentam são medidas compensatórias. Que minoram o problema, mas não resolvem. Outros dizem que aumentar salário e criar empregos é utópico. Utopia, a meu ver, é achar que a população vai suportar esse absurdo por muito tempo”, alertou Jango. “Ao mesmo tempo que temos um salário mínimo mais baixo que o do pequenino Paraguai, nosso país vizinho, a rentabilidade dos bancos brasileiros está entre as maiores do planeta. Isso é um grande contrassenso. É uma loucura manter as atuais taxas de juros reais nos níveis em que eles se encontram”, afirmou o pré-candidato. “Vamos reduzir os juros e aumentar os investimentos”, prometeu.
“Nossa indústria está sendo literalmente destruída”, denunciou João Goulart. “Estamos retrocedendo para níveis da antes da década de 30, quando nossa economia era baseada na monocultura. Antes era o café. Agora é a soja. Nosso país é muito rico e não cabe nessa camisa de força. Não há a menor justificativa para isso, a não ser uma subserviência e um entreguismo acentuado como este que estamos assistindo”, observou João Goulart. “Vamos reindustrializar o nosso país. Nossa indústria de transformação já foi responsável por 30% da riqueza produzida dentro do país. Agora está na faixa de 11%”, disse ele. João Goulart vem apresentando essa ideias em entrevistas nos últimos dias e, no próximo fim de semana, ele, que é um trabalhista histórico, estará iniciando sua campanha eleitoral pelo Rio Grande do Sul, exatamente o berço do trabalhismo brasileiro.
S.C.