Estão preparados 6 aviões e o primeiro decola neste domingo. Além da tripulação de voo, o governo do presidente Lula vai enviar médicos e psicólogos para dar assistência aos nacionais. Segundo a embaixada brasileira em Tel Aviv, cerca de mil brasileiros e seus parentes já pediram para voltar ao Brasil em voos da FAB
A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou, por meio do Ministério da Defesa, na manhã deste domingo (8), o início de operação de repatriação de brasileiros que estão na área de conflito em Israel e na Palestina.
Segundo o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno, há ao menos 6 aeronaves disponíveis para fazer os resgates. A primeira dessas — avião KC-30, com capacidade para 230 passageiros — vai embarcar, ainda neste domingo de Natal (RN), para Roma, na Itália, de onde vai aguardar ordem para buscar brasileiros no Oriente Médio.
“Não sabemos ainda se essa primeira decolagem será amanhã ou na terça”, afirmou Damasceno, que relatou que os cronogramas vão depender da lista de brasileiros interessados em retornar para o País, que é coordenada pelas embaixadas do Brasil na região.
Segundo a embaixada brasileira em Tel Aviv, cerca de mil brasileiros e seus parentes em Israel já pediram para voltar ao Brasil em voos da FAB. A maioria são turistas que estão hospedados em Tel Aviv e Jerusalém cujos dados foram registrados por formulário online.
PRONTAS PARA A MISSÃO
Damasceno informou que há 6 aeronaves prontas para a missão. Veja quais são:
• 2 aviões KC-30, com capacidade para até 230 passageiros;
• 2 KC-390, com capacidade para até 80 passageiros cada;
• 2 VC-2, cedidos pela Presidência da República, que podem transportar até 38 passageiros.
ITAMARATY ACOMPANHA SITUAÇÃO DE BRASILEIROS
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou, no sábado (7), que monitora a situação das comunidades brasileiras.
São estimados 14 mil brasileiros residentes em Israel e 6 mil na Palestina, “a grande maioria dos quais fora da área afetada pelos ataques”, diz nota do órgão.
EXPECTATIVA DO GOVERNO BRASILEIRO
Há expectativa, ainda, de normalização das operações no Aeroporto Ben-Gurion — principal em Israel —, o que permitiria que brasileiros deixassem o país em voos comerciais, sem precisar da ajuda do governo.
O governo avalia outros aeroportos, além do próximo a Tel Aviv — capital de Israel —, para repatriar os brasileiros que não estão em Israel ou podem correr risco ao tentar chegar à capital israelense.
Ainda segundo Damasceno, a lista de passageiros deve ser fechada na manhã desta segunda-feira (9), no horário de Brasília. Os voos podem decolar já na segunda-feira — de preferência, saindo do Oriente Médio no turno da tarde.
“À tarde, porque facilita o transporte terrestre de todas as localidades até os aeroportos. Logicamente, num momento de crise como este, os transportes terrestres têm acesso mais difícil. Se decolássemos de manhã, teríamos nossos brasileiros fazendo deslocamentos complicadíssimos durante a madrugada”, explicou o comandante da Aeronáutica.
ENTENDA OS FATOS
O grupo islâmico Hamas bombardeou o sul de Israel na manhã deste sábado (7), pelo horário local, em ataque surpresa considerado histórico, um dos maiores sofridos por Israel nos últimos anos.
Ao reivindicar a ofensiva, o Hamas afirmou se tratar do início de grande operação para a retomada do território, ocupado há décadas por Israel.
O conflito entre Israel e a Palestina se estende há décadas, tendo deixado milhares de mortos e feridos em ambos os lados, mas principalmente da parte palestina. É preciso que se diga e se lembre que se trata de guerra totalmente desigual.
O Estado de Israel, financiado pelos EUA, é um dos países mais bem armados do mundo, enquanto os palestinos, destituídos dos territórios, lutam com armamentos infinitamente inferiores.
Os ataques aconteceram principalmente na parte sul do país. Milhares de foguetes foram lançados e, em comunicado, os militares de Israel afirmaram que “vários ‘terroristas’ infiltraram-se no território israelita a partir da Faixa de Gaza”.
QUAL O MOTIVO DA GUERRA ENTRE ISRAEL E HAMAS?
O Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) se define como movimento de resistência baseado no Corão.
O principal ponto da resistência, desse grupo, é a instauração de Estado Palestino.
PRINCIPAIS OBSTÁCULOS PARA A PAZ
A paz entre judeus e palestinos, além da questão dos assentamentos, defronta-se com outros obstáculos considerados mais difíceis de serem superados e que dizem respeito ao retorno dos refugiados: com a criação de Israel, mais de 700 mil palestinos tornaram-se refugiados.
Trata-se de imensa diáspora palestina — dispersão de um povo em consequência de preconceito ou perseguição política, religiosa ou étnica por parte de Israel.
Desde a guerra árabe-israelense de 1948, os palestinos têm vivido inúmeras ondas de exílio e espalharam-se por diferentes países ao redor do mundo. Além dos mais de 700 mil refugiados palestinos de 1948, centenas de milhares também foram deslocados depois da chamada “Guerra dos Seis Dias”, em 1967.
Juntos, esses refugiados de 1948 e 1967 compõem a maioria da diáspora palestina.
M. V.