Pastor afirmou que jornalista recebia dinheiro do ex-governador de SP, João Doria
O pastor Silas Malafaia foi condenado a pagar indenização à jornalista Vera Magalhães por afirmar que ela recebia dinheiro do ex-governador de São Paulo, João Doria, com o objetivo de atacar o então presidente Jair Bolsonaro (PL).
As informações são de Rogério Gentile, colunista do portal UOL e do jornal Folha de S.Paulo. Malafaia é um dos mais estridentes e histriônicos dentre os pastores, ditos evangélicos, bolsonaristas.
Para a juíza Maria Bertoldo, da 21ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, Malafaia “agiu com manifesto abuso de direito”, ao divulgar a notícia falsa.
O pastor, então, foi condenado a pagar R$ 15 mil por danos morais à jornalista.
A ‘SOLDO’ DE DORIA
No ano passado, o pastor disse nas redes que Vera recebia R$ 500 mil por ano para criticar o ex-presidente.
Vera Magalhães é apresentadora do Roda Viva, programa da TV Cultura, e colunista da rádio CBN e do jornal O Globo.
“Entendeu? Doria começou a bancar a jornalista que ataca o presidente em todo o tempo”, afirmou o pastor bolsonarista.
Na época, a jornalista disse que o ato era tentativa de prejudicar o trabalho dela e cercear a liberdade de imprensa. Ela também comprovou receber salário inferior ao montante, pago a ela pela Fundação Padre Anchieta, gestora da TV Cultura.
BOLSONARISTA ARREGOU
A defesa do pastor afirmou que a declaração de Malafaia não teve como objetivo ofender a jornalista. Disse também que a imprecisão com relação ao montante foi induzida por vídeo de terceiros e que a correção da informação foi feita quando o pastor ficou ciente do erro.
O embate começou após Malafaia endossar ataques contra a jornalista iniciados durante debate com presidenciáveis realizado por Band, Folha de S.Paulo, UOL e TV Cultura, em agosto do ano passado.
Na ocasião, Vera Magalhães foi ofendida por Bolsonaro após fazer pergunta sobre vacinação contra a covid-19.
LIMITES AO BOLSONARISTA
Em setembro do mesmo ano, a Justiça havia determinado que Malafaia removesse de suas redes sociais 8 publicações contra a jornalista, como mostrou a coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
A Corte ordenou, ainda, o pastor bolsonarista a se abster na veiculação de ofensas e informações falsas contra a profissional.