O aumento nos tributos sobre os combustíveis ajudou a elevar a arrecadação federal em setembro, mas se engana quem acha que melhora de receita vai significar mais investimentos no país.
Segundo dados divulgados pela Receita Federal, a União arrecadou R$ 105,595 bilhões no mês passado – alta de 8,66% em relação ao mesmo mês de 2016. Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a alta no recolhimento não significa que haverá aumento de despesas, e sim, uma diminuição mais rápida do déficit público. Ou seja, o aumento da gasolina que penalizou o setor produtivo e a população será inteiramente revertido para pagar juros aos bancos.
“Como há o teto dos gastos, maior arrecadação não significa crescimento de despesas, mas poderá ajudar na redução mais rápida do déficit”, afirmou Meirelles no Twitter após divulgação do resultado.
O ministro comemorou os dados da arrecadação como um sinal “da recuperação da atividade, disseminada nos diversos setores da economia”. Contudo, apenas o aperto nos tributos e o acordo de anistia a devedores da receita (chamado Refis) – que antecipa o pagamento de uma pequena parte das dívidas e perdoa o resto – tiveram impacto significativo sobre o aumento das receitas. O emprego, comércio e setor produtivo continuam em plena recessão. E famílias endividadas e setores da economia sem investimento não contribuem em nada para a arrecadação da União.
P.C.