
A Polícia Civil do Rio de Janeiro recuperou, na tarde desta quinta-feira (19), 8 das 21 metralhadoras do Exército que foram furtadas do Arsenal de Guerra do Quartel em Barueri, na Grande São Paulo.
As armas foram interceptadas na Gardênia Azul, na zona oeste do Rio de Janeiro. A região é comandada por milícia e recentemente veio à público investigações da Polícia Civil do Rio evidenciando uma aliança com o Comando Vermelho, maior facção criminosa do Rio. Inclusive, essa presença se dá com apoio de parte dos milicianos da região.
A apreensão de 4 metralhadoras .50 e outras 4 MAGs, calibre 7,62, foi feita por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
De acordo com o portal g1, parte das armas furtadas do Arsenal do Exército em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, teria sido oferecida ao Comando Vermelho.
Esse tipo de armamento é capaz de derrubar helicópteros e aviões sem blindagem e atingir alvos a uma distância de até 2 quilômetros, de acordo com o especialista em segurança pública Bruno Langeani, gerente do Instituto Sou da Paz.
Além das 13 metralhadoras .50, 8 de calibre 7,62 foram roubadas em Barueri na última quarta-feira (11).
Desde então, cerca de 480 militares foram mantidos no quartel para a apuração do caso. Com o avanço da investigação interna, 320 militares foram liberados nessa terça-feira (17), uma semana após o desvio das armas.
Segundo o Comando Militar do Sudeste, as metralhadoras furtadas eram “inservíveis” e “estavam no Arsenal, que é uma unidade técnica de manutenção, responsável também para iniciar o processo desfazimento e destruição dos armamentos que tenham sua reparação inviabilizada”.
O furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra do Exército é o maior desvio de armas registrado pelas Forças Armadas desde 2009, segundo levantamento do Instituto Sou da Paz.
DIRETOR DO ARSENAL AFASTADO
O General de Brigada Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste, anunciou nesta quinta-feira (19) que o diretor do Arsenal de Guerra em São Paulo será exoneração do cargo em decorrência do furto das metralhadoras.
Segundo o general Vieira Gama, existem militares supostamente envolvidos no desvio das armas, embora tanto a quantidade quanto os nomes dos militares em questão permaneçam sob sigilo. Os militares temporários responsáveis pelo incidente serão sujeitos a medidas disciplinares que podem resultar em expulsão. E no caso de militares de carreira, se for comprovada sua participação, eles serão submetidos a um conselho de justificação ou disciplina, de acordo com o militar.
Segundo o general, todos os procedimentos da organização militar estão passando por revisão e, simultaneamente às investigações em curso, os militares responsáveis pela supervisão e controle das armas poderão ser responsabilizados nas esferas administrativa e disciplinar caso sejam identificadas eventuais falhas.
“O Exército considera esse episódio inaceitável e não medirá esforços para responsabilizar os autores e recuperar todo o armamento no mais curto prazo. Tudo está sendo investigado, e os ilícitos e desvios de conduta serão responsabilizados nos rigores da lei”, garantiu.