Os servidores públicos de Minas Gerais estão organizando uma paralisação no dia 7 de novembro, em protesto contra o congelamento de salários sugerido pelo governador Romeu Zema, como parte da adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), encaminhado pelo governo à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na segunda-feira (16).
O funcionalismo público, incluindo os servidores da segurança, que promovem uma manifestação já na próxima quarta-feira (25), estão revoltados com as medidas que o governo Zema pretende adotar para sanear os cofres públicos estaduais, principalmente depois que o governador aumentou o próprio salário em 300%, e aponta para um pacote de medidas que congela salários, suspende concursos públicos e extingue direitos como adicionais de desempenho (ADE), quinquênios, trintenários e férias-prêmio.
“O governador aumentou o próprio salário em 300%, paga um dos piores vencimentos básicos da educação no país, tem um saldo de mais de R$ 3 bilhões na conta do Fundeb, que é recurso para valorização da nossa categoria e propõe um congelamento de salário de nove anos?”, afirma a coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Denise Romano.
“É muito revelador o que o governo do estado pensa a respeito da educação, a respeito do povo que precisa do recurso público, a respeito da saúde, a respeito de tudo que é prestado pelo servidor público no estado”, afirma.
As mobilizações e a paralisação estão sendo organizadas por vários sindicatos de servidores e as centrais sindicais.
A manifestação dos servidores da segurança na quarta-feira, será, segundo os representantes dos sindicatos, “a primeiro de muitas”. A categoria cobra do governo a apresentação do índice de reajuste salarial para 2023 com base nas perdas inflacionárias.
“O sentimento é de revolta e tristeza. Para uns tem dinheiro sobrando, mas, quando é para os servidores da segurança pública, não há. Na manifestação, que será a primeira de muitas, vamos reivindicar. Temos que correr contra o tempo”, afirmou Luiz Gelada, presidente do Sindicato da Polícia Penal de Minas Gerais e da Associação Mineira dos Policiais Penais e Servidores Prisionais.
“Não é algo só dos policiais penais, mas também das polícias Militar e Civil, além dos agentes socioeducativos. Vamos concentrar na Praça Sete e de iremos até a Assembleia Legislativa de Minas Gerais para ocuparmos as galerias”, informou o sindicalista.