“Palestina livre”, “Viva a luta do povo palestino”, “Não ao terrorismo de Israel em Gaza”, foram algumas das palavras de ordem proferidas na manifestação deste domingo (22) na Avenida Paulista
Mais de dois mil manifestantes presentes na Avenida Paulista, portando centenas de bandeiras palestinas, manifestaram seu repúdio ao “genocídio de palestinos” perpetrado pelo governo de Netanyahu com as bombas e o cerco à faixa de Gaza.
“O que nós temos assistido desde o sábado, dia 7, é o primeiro genocídio abertamente visível na mídia e em tempo real da história humana”, denunciou o presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Ualid Rabah.
“Ao mesmo tempo em que iniciava este massacre, Israel passou a usar de uma propaganda em larga escala para demonizar toda uma demografia, todo um povo, para, como estão fazendo, buscando eliminar toda uma população, todo um povo”, acrescentou o presidente da Fepal.
“Enquanto persistiam neste afã de limpeza étnica, neste projeto de extermínio”, disse ainda Ualid, “insistiam que estavam ‘se defendendo’ e para manter a mentira, desencadearam um leque de perseguições, ameaças, afastamentos e demissões de acadêmicos, funcionários públicos, jornalistas, perseguições dentro de Israel a judeus antissionistas ou que simplesmente levantam sua voz crítica ao regime criminoso de Netanyahu”.
“Isso consiste em um perigo para toda a humanidade quando se mantém a impunidade para quem realiza um extermínio diante das câmeras do mundo inteiro”, finalizou.
Emir Murad, secretário-geral da Coplac (Confederação Árabe Palestina da América Latina e Caribe alertou para o fato de que “os israelenses falam em sua segurança”.
“Mas como podem querer desfrutar de segurança e paz quando agridem, vilipendiam e, agora, partem para o extermínio de um povo?” questionou Emir.
Jamil Murad se pronunciou em nome do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) ressaltando que “o cerco já levou a mais de 5.000 mortes de palestinos na Faixa de Gaza. O risco de água não potável consumida na escassez provocada pelo cerco de Israel, da falta de medicamento pode provocar o surgimento de doenças fatais ameaçando em especial as crianças palestinas que já somam mais de 1.500 mortas”.
O secretário do Sindicato dos Escritores de São Paulo, Nathaniel Braia, denunciou que “a transformação da Faixa de Gaza em um imenso campo de extermínio, é uma agressão a toda a Humanidade”.
“Enquanto promovem esta matança em Gaza sob o acompanhamento do mundo inteiro tiram proveito do foco da mídia em Gaza para vandalizar na Cisjordânia. Há poucos minutos bombardearam uma mesquita em Jenin. No sábado chegou a denúncia de que um grupo de colonos, assaltantes de terras palestinas, vestidos de soldados, torturaram palestinos de olhos vendados e pulsos amarrados com espancamento e queima de cigarros acesos sobre os corpos dos sequestrados durante 24 horas”, destacou.
“Isso”, disse ainda, “esse governo fascista e de fascínoras não deve falar em nome do judaísmo, como demonstra a presença de judeus aqui, ou nas manifestações contra o massacre em Gaza no Capitólio dos Estados Unidos”.
Luca Gidra, presidente da União Munipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), destacou a “urgência do cessar-fogo e do fim do cerco a Gaza”.
Gidra ressaltou que “a proposta do governo brasileiro de um cessar fogo, apresentada pelo nosso país na ONU foi rejeitada pelo governo que por décadas vem agredindo a nossa economia e apoiam com armas e respaldo político ao genocídio perpetrado por Israel, o governo dos Estados Unidos que vetou a proposta do Brasil apoiada por 12 países, o que poderia criar condições internacionais para o fim deste morticínio aplicado sistematicamente sobre o povo palestino”.
A manifestação teve a presença de lideranças da comunidade árabe no Brasil, parlamentares do PSOL, líderes do PSTU, dirigentes sindicais e lideranças estudantis, além de líderes religiosos islâmicos.