O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão do Ministério da Justiça, aprovou sem restrições a venda de 50% da participação da Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP) em dois blocos em águas ultraprofundas na Bacia de Sergipe-Alagoas, o SEAL-M-428 e o SEAL-M-351, para a ExxonMobil.
“Quanto à motivação econômica e estratégica relativa à operação, a ExxonMobil alega que esta permitirá fortalecer seus planos estratégicos de exploração em áreas importantes. Já a QGEP alega que a operação reflete uma decisão estratégica”, diz o parecer do Conselho. A QGEP detinha antes 100% de ambos os blocos.
O Cade, em nome da “livre concorrência”, beneficia de uma só tacada dois monopólios, o primeiro, americano (Exxon), que acabou de abocanhar no 14º leilão da ANP, realizado no mês passado, com a ajuda de Pedro Parente da Petrobrás, seis blocos de uma área com potencial de reservas do pré-sal, já descoberto pela estatal brasileira.
O segundo, a empreiteira Queiroz Galvão, que integrou o Cartel do Bilhão que meteu a mão nos recursos da Petrobrás, em troca de propina para políticos do governo e seus respectivos partidos.
No leilão, a Exxon levou ainda quatro áreas sem a Petrobrás.