
O chefe de uma organização criminosa da Bahia foi preso na comunidade da Muzema, Zona Oeste do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (27). João Ricardo Cardoso Mota, de 38 anos, conhecido como ‘Rick’ ou ‘R7’, foi encontrado em um apartamento na Estrada do Itanhangá durante a operação ‘Ancorar’, organizada pela Polícia Civil da Bahia.
A operação é liderada pelo Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) da polícia baiana e tem como objetivo combater o tráfico de drogas e homicídios praticados pelo grupo em cidades do interior da Bahia e em vários estados.
A ofensiva contou com o apoio da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil e da Draco do RJ e com a Diretoria de Operações Integradas e Inteligência (Diopi), do Ministério da Justiça.
A operação atua em diversos municípios do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Contra Rick, a Justiça da Bahia já havia expedido um mandado de prisão e outros dois de busca e apreensão.
Segundo as investigações, Rick é sócio de Geonário Fernandes Pereira Moreno, o Genaro, criminoso da segunda maior facção do RJ, que atua na Favela da Guacha, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
Segundo o Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), o traficante considerado o ’02’ da quadrilha foi preso na mesma operação na cidade de Santana da Parnaíba, em São Paulo. Se trata de Kaic Cardoso Oliveira, conhecido como Kaká ou Paulista.
“O chefe do grupo foi alcançado no Rio de Janeiro e o ’02’ foi preso na cidade de Santana da Parnaíba, em São Paulo”, afirmou o diretor do Denarc, delegado José Alves Bezerra.
Segundo a polícia, a quadrilha foi investigada por um ano e após coletas de provas, como quebras de sigilo bancário e telefônico, pediu a prisão dos alvos.
Foram decretados 42 mandados de busca e apreensão e 29 mandados de prisão temporária na Bahia, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Maranhão.
Os criminosos foram encaminhados para unidades da Polícia Civil em SP e RJ e posteriormente serão levados para a Bahia. A operação segue em andamento para localizar outros integrantes da organização.
Na última semana, o governador, Cláudio Castro, afirmou, durante entrevista coletiva, que investigações da polícia indicam que criminosos de 12 estados estão hoje no Rio.
“Está muito claro que isso não é mais um problema do Rio de Janeiro, esse é um problema do Brasil. Não são mais organizações criminosas pontuais que estão aqui ou ali. Não. Hoje, são verdadeiras máfias que estão alastradas pelo Brasil inteiro. Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte. A gente está vendo isso se alastrar a cada dia. Investigações da própria Polícia Federal, e nossas, da Polícia Civil, mostram que, pelo menos, criminosos de 12 estados diferentes hoje estão no Rio de Janeiro”, disse Castro na ocasião.
Até o momento, a investigação não revelou a relação entre a facção baiana e a milícia na Muzama. Porém, vale destacar que milicianos controlam tudo que entra e que sai da região, desde correios, carros, e serviços públicos. Logo, seria no mínimo curioso, milicianos nem sequer saberem, quanto menos terem ligação com o esconderijo escolhido pelo chefe do tráfico baiano.