A China comemorou nesta quarta-feira (15) o 73º aniversário da rendição do Japão na II Guerra Mundial.
Uma grande celebração pela paz realizada em Nanquim, capital da província oriental chinesa de Jiangsu, marcou a data e o repúdio ao que ficou conhecido como Massacre de Nanquim perpetrado pelos japoneses ao invadir a China com a matança de 300.000 chineses. Os assassinatos aconteceram majoritariamente durante seis semanas a partir da conquista de Nanquim, então capital da China, em 13 de dezembro de 1937, caracterizando a ofensiva do Japão na tentativa de ocupar a China. Nessa época o Japão já ocupava a Coreia desde 1905 e, pouco depois disso, partes da região da Manchúria chinesa.
O ato em Nanquim contou com a participação de representantes de países como a Tailândia e do próprio Japão no Pavilhão em Homenagem às vítimas do massacre de Nanquim, considerado um dos mais bárbaros episódios da II Guerra Mundial.
Uma organização pacifista japonesa vinda da cidade de Kobe depositou ramos de flores em homenagem às vítimas. “Viemos à China pela vigésima segunda vez trazer nossas homenagens à assembleia de paz pois o povo chinês foi vítima da guerra e este é um ato que merece ser lembrado”, afirmou Miyauchi Yoko.
Um cidadão chinês, vítima do massacre, Ge Daorong, se lembrou dos acontecimentos emocionado, ele tinha apenas 10 anos quando Nanquim foi invadida. Ele e seus pais fugiram para uma região segura, mas seus tios e demais familiares morreram todos. “Relembramos esses tristes episódios da história pra apreciar a paz de hoje”, afirmou.
Enquanto em Nanquim o governo chinês celebrava a paz, em Tóquio, o governo japonês celebrava o belicismo e a ação dos invasores japoneses sempre seguida de estupros, violência, massacres e selvageria incomuns contra os povos dos países invadidos.
Em Pequim o Ministério de Relações Exteriores da China instou o Japão “a refletir sobre sua história de invasões a outros países, sem o que o país asiático não recuperará a confiança dos países vizinhos no continente”. O governo chinês não viu com bons olhos o fato de o ministro japonês Shinzo Abe oferecer flores em ritual no santuário Yasukuni dedicado aos militaristas adoradores de Hitler, exatamente na data da rendição japonesa, homenageando os agressores dos povos de muitos países asiáticos. China, Coreia, Tailândia, Indonésia, Vietnã, malásia, Filipinas, Cingapura e Birmânia são alguns deles. “O governo da China se opõe firmemente a essas ações. O santuário Yasukuni honra criminosos de guerra classe A da II Guerra Mundial, os que foram diretamente responsáveis pelas agressões militares”, disse o porta-voz do MINREX da China, Lu Kang.
R. C.