
Empresa já demitiu 1.245 trabalhadores e metalúrgicos mantêm greve até que decisão seja cumprida
A Justiça do Trabalho determinou, na noite de terça-feira (31), que a General Motors (GM) reintegre os 830 trabalhadores demitidos da unidade de São José dos Campos (SP) e que a empresa seja impedida de fazer novas demissões. Em assembleia na manhã desta quarta-feira (1º), os trabalhadores decidiram permanecer em greve até que os demitidos sejam reintegrados.
A empresa confirmou a demissão de 1.245 trabalhadores, sendo 839 em São José, 300 em São Caetano e 105 em Mogi. As demissões aconteceram por e-mail ou telegrama, em pleno fim de semana, sem que tenha havido nenhum acordo ou comunicado com o sindicato.
A decisão do desembargador João Alberto Alves, do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, foi em caráter liminar, portanto, ainda cabe recurso. “Defiro a medida liminar cautelar requerida e determino que a Suscitada (GM) reintegre todos os 834 empregados demitidos, com pronta reinserção na folha de pagamentos (e mantidos todos os direitos e condições; vigentes antes das demissões), a partir do dia 1º de novembro de 2023”, afirma a liminar.
A decisão estipula também que a multinacional pague uma multa diária de R$ 1 mil por trabalhador desligado que não for reintegrado pela empresa. “Determino que não promova a dispensa de novos trabalhadores, sem a imprescindível. Tais determinações se dão negociação prévia, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00 por trabalhador dispensado ou não reintegrado, reversíveis em favor dos respectivos representados, até o limite do valor atual do salário mensal de cada qual”, diz a decisão.
Antes da liminar, na manhã de terça-feira ainda houve mais uma tentativa de acordo em uma reunião entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a direção da empresa, convocada pelo Ministério do Trabalho, mas a montadora se manteve irredutível e não houve acordo.