O governo de Israel não permitiu a saída dos 34 brasileiros que estão presos na Faixa de Gaza na quarta lista, que foi divulgada neste sábado (4), e disse eles terão que esperar até quarta-feira (8).
Na terça (7), vai completar um mês desde que Israel passou a bombardear com mais intensidade a Faixa de Gaza. O número de civis assassinados por Israel já passa de 9 mil.
A quarta leva de pessoas liberadas para atravessar a passagem de Rafah em direção ao Egito continua privilegiando cidadãos dos Estados Unidos, que apoiam de forma incondicional os crimes de guerra de Israel, Reino Unido, França e Alemanha.
Ao todo, foram liberados 386 americanos, 112 britânicos, 51 franceses e 50 alemães. Os 34 brasileiros estão sendo obrigados a esperar.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que o chanceler de Israel confirmou que eles serão liberados somente na quarta-feira (8).
Um dos brasileiros que está em Gaza, Hasan Rabee, disse estar “louco para voltar para casa” junto com a esposa e as duas filhas, para São Paulo.
Cada dia debaixo do bombardeio indiscriminado de Israel “parece um filme de terror”.
“A gente está louco, acordamos todos os dias com a expectativa de sair daqui. Estou louco para voltar para casa”. “A gente nem dorme porque as listas são publicadas por volta das 1h ou 2h”. Ele está em Khan Yunis, na região sul de Gaza, próximo à passagem de Rafah.
“Cada dia que passa é um sofrimento. Estamos prontos faz 20 dias. Só temos uma roupa para trocar, os armários estão vazios. Se me falam para ir para a fronteira já estou pronto”, continuou o brasileiro.
Hasan avalia que Israel está privilegiando países aliados, em detrimento de países que se opõem a seus crimes, como o Brasil.
“Quem está saindo são países aliados de Israel. Quem é contra o que Israel está fazendo vai sair por último”, falou.
Segundo relatou, “os bombardeios estão bem piores, não existe segurança” nem no sul de Gaza. Hasan Rabee disse que dois bombardeios aconteceram em locais próximos aos que estão hospedados. “Muita gente ficou ferida e a gente assistiu isso”.
“Vimos pela janela bastante gente ferida, as janelas ficaram todas quebradas. Em outro momento, uma casa vizinha foi atacada. Parecia uma chuva de pedaços de concreto vindo em nossa direção. Nos últimos dias, piorou bastante”, completou.