O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), afirmou que o apagão gerado pela Enel, empresa privada, em São Paulo “deve ser exemplo para a não privatização da Sabesp”.
Até a manhã desta segunda-feira (6), pelo menos 500 mil imóveis na Grande São Paulo continuavam sem energia por conta das chuvas na sexta (3).
“A demora no restabelecimento da energia na cidade de São Paulo deixa claro o desinvestimento das empresas de energia em manutenção. Isso se deveu à privatização do setor elétrico. Deve ser exemplo para a não privatização da Sabesp”, publicou o ministro.
A privatização da Sabesp, estatal responsável pelo abastecimento de água e tratamento de esgoto no Estado de São Paulo, é defendida pelo governador bolsonarista Tarcísio de Freitas.
Apesar do evidente fracasso do serviço privatizado, Tarcísio insiste que a venda da Sabesp é uma boa ideia. Ele apenas disse que a privatização não terá contrato “frouxo”.
No começo de outubro, os trabalhadores da Sabesp, Metrô e CPTM realizaram uma greve contra a privatização das estatais.
PREFEITO
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, falou que a Enel não está sequer conseguindo desligar a energia nos pontos em que árvores precisam ser removidas. “A gente depende que a Enel faça o seu trabalho de desligamento para poder remover as árvores e reestabelecer a energia. Situação bastante difícil”.
O prefeito criticou o contrato de privatização da energia em São Paulo. Segundo ele, o contrato com a Enel foi “mal feito”.
“O contrato é com o governo federal, que o rege. Houve lá o erro. Precisa haver uma readequação desse contrato para essa questão das mudanças climáticas. Não é possível que a Enel, com todos esses problemas, tenha um volume pequeno de equipes perante o tamanho do nosso problema”, disse em entrevista ao site UOL.