“Simplesmente foram dando prioridade a outros países”, como os Estados Unidos e outros que apoiam o genocídio do povo palestino, disse o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, embaixador e ex-ministro Celso Amorim
O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, embaixador Celso Amorim, disse que “não há razão” para que Israel mantenha presos em Gaza os 34 brasileiros que estão prontos para passar para o Egito.
“Não houve uma explicação para a não inclusão de brasileiros” nas listas de pessoas com autorização para atravessar a passagem de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito.
“Simplesmente foram dando prioridade a outros países”, como os Estados Unidos e outros que apoiam o genocídio do povo palestino, disse Amorim.
O ex-chanceler afirmou que “não posso aceitar como desculpas essas dificuldades mais específicas” que são apontadas por Israel.
“Já faz muito tempo que estamos oferecendo essas listas. Há mais de 10 dias que todos têm as listas. Não há razão para os brasileiros ainda não terem saído de lá”.
“Vamos esperar que haja uma decisão rápida [sobre os brasileiros]. Estamos há mais de 15 dias pedindo a liberação. Não há razão para qualquer suspeita. Se houvesse algum problema com algum dos nacionais, poderiam ter falado logo. É uma situação absurda, em que há 15 crianças em um grupo de 32 pessoas”, completou.
Os brasileiros que estão na Faixa de Gaza já se deslocaram em direção ao sul para ficarem mais próximos da passagem de Rafah
O brasileiro Hasan Rabee, que está na Faixa com a esposa e duas filhas, falou que “é cada dia pior do que o outro”.
“A gente está destruído. A gente come uma vez por dia, não tem gás de cozinha. As coisas estão complicadas. Não temos água encanada, nem energia”.
Ele publicou nas redes sociais uma foto de sua filha com manchas vermelhas nos braços, com muitas picadas de insetos. “Não há bombeamento de esgoto. Quem não morrer com o bombardeio, morrerá de insetos e doenças. Avisando que não acha remédio nas farmácias”, escreveu.
Desde o dia 7 de outubro, Israel já matou 9.922 palestinos com suas bombas, enquanto 28 mil ficaram feridas.