Situação é dramática. Pessoas estão morrendo. Celso Amorim já havia dito que “não há razão” para que Israel mantenha presos em Gaza os 34 brasileiros que estão prontos para passar para o Egito. Não há confirmação de data para a saída
Os brasileiros ficaram mais uma vez de fora da nova lista de pessoas autorizadas a deixar a Faixa de Gaza. A sexta lista, divulgada nesta quarta-feira (8), tinha pessoas de países como Ucrânia (228 pessoas), Filipinas (107), Estados Unidos (100), Alemanha (75), Romênia (51) e Canadá (40). Israel não explicou até agora porque está mantendo os brasileiros como se fossem reféns em Gaza. Brasileiros e, preferencialmente, nacionais dos mais de 100 países que votaram na ONU pela interrupção imediata do genocídio em curso estão sendo impedidos de deixar Gaza por responsabilidade única de Israel. Tudo indica que a intenção de Netanyahu é praticar uma macabra chantagem usando a vida de estrangeiros.
O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, já havia dito que “não há razão” para que Israel mantenha presos em Gaza os 34 brasileiros que estão prontos para passar para o Egito. “Não houve uma explicação para a não inclusão de brasileiros nas listas de pessoas com autorização sair de Gaza. “Simplesmente foram dando prioridade a outros países”, como os Estados Unidos e outros que apoiam o genocídio do povo palestino, disse Amorim.
O Ministério das Relações Exteriores informou nesta quarta (8) que não tem data confirmada para a saída do grupo com brasileiros retido na Faixa de Gaza. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que o chanceler de Israel informara que os brasileiros seriam autorizados a sair da Faixa de Gaza até esta quarta-feira. A não inclusão de seus nomes na lista foi considerado inaceitável e uma afronta pela diplomacia brasileira.
Segundo a jornalista Daniela Lima, da GloboNews, a diplomacia brasileira teria “subido o tom” nas conversas com Israel para conseguir a liberação dos 34 brasileiros presos em Gaza. “A nova rodada de negociação envolveu o chanceler Mauro Vieira, o assessor especial Celso Amorim e o próprio presidente Lula”, informou a colunista. Ao que tudo indica, Netanyahu, que, quando veio ao Brasil, disse que se sentia como um “irmão” de Bolsonaro, não está nem aí para a vida dos brasileiros.
O grupo retido em Gaza é composto por 18 crianças, 10 mulheres e 6 homens. São 24 brasileiros, sete palestinos com RNM (Registro Nacional Migratório) e três palestinos. Já são seis listas de pessoas autorizadas a deixar Gaza e os brasileiros continuam retidos.
O comerciante brasileiro Hasan Rabee, de 30 anos, morador de São Paulo, que foi visitar a família em Gaza, denunciou o clima de horror que está vivendo sob as bombas israelenses. Ele disse em vídeo, divulgado pelo site UOL, que está procurando alimentos ao mesmo tempo que foge das bombas. “Além do sofrimento causado pelos bombardeios, o mais difícil agora é encontrar comida. É quase impossível! Muita gente está passando fome. É um terror”, denunciou Rabee.
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