João Goulart Filho, candidato a presidente pelo Partido Pátria Livre (PPL), afirmou, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, durante sua visita à cidade, neste sábado, que a insistência do governo em manter a atual política econômica de juros altos, arrocho salarial e cortes nos investimentos, está agravando a crise do país. “São 27,6 milhões de pessoas sem emprego no segundo trimestre deste ano, segundo o IBGE. Isso é um desastre total, uma verdadeira tragédia. Só neste trimestre mais 4,8 milhões pessoas – 203 mil a mais em relação ao primeiro trimestre – estão desalentados, ou seja, desistiram de procurar emprego”, denunciou João Goulart, em ato político ao lado do candidato a deputado federal, e presidente do PPL-RS, Werner Rempel.
Na opinião do candidato do PPL, que fez uma caminhada pelo centro de Santa Maria, os demais postulantes ao Planalto, que estão sendo convidados para debates nas TVs, não parecem estar demonstrando a mesma preocupação que ele com a gravidade da situação. “Os debates não estão entrando no problema”, diz Jango. “Eles ficam tangenciando o problema. É urgente retomarmos a produção e isso não se faz sem aumento dos salários, particularmente do salário mínimo, que é um dos menores do mundo”, argumentou.
“Sem mercado interno não haverá retomada da produção”, acrescentou o candidato. “Nenhum destes que estão sendo badalados pelas TVs está defendendo aumentar os salários. Pelo contrário, só falam em ajustes”, afirmou João Goulart. “Eu sei que com estes ajustes o Brasil não sai da crise. Vou dobrar o salário mínimo em quatro anos”, afirmou.
“A medida mais premente é elevarmos os salários para aumentarmos o consumo e as vendas. Com isso os empresários, que estão com grande capacidade ociosa em suas empresas, vão começar a vender e poderão aumentar a produção. O resultado será o aumento das contratações. Nossa meta é criar 20 milhões de empregos em quatro anos”, observou. “Com a redução dos juros, medida que pretendemos implantar logo nos primeiros dias de governo, vamos baratear os investimentos privados e a economia vai se aquecer”, disse Goulart, acrescentando que, “com a redução das despesas financeiras do governo, fruto da queda dos juros, o governo também poderá aumentar os seus investimentos. Isso também ajudará a diminuir o desemprego”.
“Nós sabemos da importância da Previdência Social para a economia do país. Restringir os ganhos dos aposentados, como defendem os demais candidatos, além de injusto, é um contrassenso porque agrava a contração do mercado interno. São 34 milhões de aposentados que estão perdendo poder aquisitivo. Com isso o mercado interno fica ainda mais achatado e a crise se agrava”, destacou Jango. Ele lembrou que “os países onde as aposentadorias foram reduzidas e a Previdência Social foi privatizada, como aconteceu no Chile, a situação dos aposentados é um desastre”. “Em meu governo, reforma da Previdência, só se for para melhorar as aposentadorias”, garantiu.
“Somos defensores da Previdência pública e de que as aposentadoria sejam melhoradas e não pioradas como querem os neoliberais e os meus adversários. Os aposentados estão sendo assaltados pela política dos últimos governos. Eles só pensam em tirar dinheiro do orçamento para enriquecer os bancos através desses juros lunáticos que são praticados no Brasil”, denunciou o presidenciável. “Temos que acabar com o Fator Previdenciário, uma cria de FHC, e com as outras fórmulas que também achataram os ganhos dos aposentados, como o modelo 85/95 – que exige a soma de idade e tempo de contribuição para se atingir o teto da aposentadoria -, criado no governo Lula”, afirmou o candidato do PPL. “Parece que estão me excluindo dos debates porque eu não compactuo com essas medidas neoliberais e absurdas”, concluiu o filho de Jango.
S.C.