Espetáculos musicais impediram queda maior no setor, segundo IBGE
Em setembro, o volume de serviços prestados no país caiu -0,3% frente ao mês anterior. Foi a segunda queda seguida, quando em agosto registrou um recuo de -1,3% na comparação mensal, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta terça-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com esse resultado, o setor acumula uma perda de -1,6%, eliminando parte do ganho de 2,2% dos meses de maio a julho. No acumulado do ano, o volume de serviços tem alta de 3,4% frente ao mesmo período de 2022 e nos últimos 12 meses, de 4,4%.
“Setembro foi o terceiro mês de menor receita oriunda de prestação de serviços no ano, na frente apenas de janeiro e abril”, destaca Rodrigo Lobo, analista da pesquisa.
O setor de serviços – diferente da indústria que está parada e do comércio que segue patinando – que vinha apresentado resultados na sua maioria positivos, começa a sentir de uma recuperação da economia mais lenta no segundo semestre, atingida pelas altas taxas de juros e a queda nos investimentos. O desemprego menor ainda segue elevado e o endividamento e inadimplência das famílias ainda estão em níveis elevados, restringindo o consumo.
No setor de serviços, em setembro, três das cinco atividades pesquisadas tiveram queda. O destaque ficou por conta do setor de serviços profissionais, administrativos e complementares, que recuaram de 1,1%, influenciado pela menor receita vinda das atividades: jurídicas, de limpeza e de serviços de engenharia, eliminando o ganho de 0,8% verificado em agosto, diz o IBGE.
O setor de informação e comunicação recuou pelo terceiro mês seguido (-0,7%), acumuladando queda de 1,7% de julho a setembro.
Já em transportes, que tem entre o principal segmento o transporte rodoviário de cargas e um dos maiores pesos na pesquisas, seguido pelo transporte aéreo de passageiros, também caiu (-0,2%). “Neste ramo, o resultado foi influenciado pelo aumento das passagens aéreas observado em setembro (13,47%), o que acabou pressionando negativamente a receita real das companhias aéreas”, diz Lobo.
Pelo lado positivo, os serviços prestados às famílias avançaram 3,0%, recuperando boa parte da queda de agosto (-3,7%), graças às atividades de espetáculos musicais. “Houve um grande festival de música, realizado em São Paulo, em setembro, que acabou impactando no setor como um todo”, segundo o pesquisador.
Já o setor de outros serviços cresceu 0,8%, após três resultados negativos seguidos, quando acumulou perda de -3,3%.
De acordo com o IBGE, a maior parte (17) das 27 Unidades da Federação (UF) teve queda no volume de serviços em setembro de 2023, na comparação com agosto. O impacto negativo mais importante veio de São Paulo (-1,2%), seguido por Goiás (-4,5%), Rio Grande do Sul (-1,6%) e Distrito Federal (-2,6%). Em contrapartida, Rio de Janeiro (1,9%), seguido por Ceará (1,9%) e Pernambuco (1,0%) registraram as principais altas.