“Isto não está certo”, alertou o presidente. “São 5 mil crianças mortas e 1.250 desaparecidas, que provavelmente estão debaixo dos escombros”, denunciou Lula. “Vamos continuar brigando pela paz”, garantiu o líder brasileiro
O presidente Lula afirmou, nesta terça-feira (14), no programa “Conversa com o Presidente”, que ficou muito emocionado na noite de ontem ao receber na Base aérea de Brasília os brasileiros que estavam retidos na Faixa de Gaza e que foram repatriados despis de muito esforço do governo, do Itamaraty e das Forças Armadas, especialmente a Força Aérea Brasileira (FAB).
O presidente se mostrou extremamente incomodado com o comportamento do governo de Israel, que segue bombardeando a população civil de Gaza e provocando a morte de milhares de crianças. “São 5 mil crianças mortas e 1.250 desaparecidas, que provavelmente estão debaixo dos escombros”, denunciou Lula. Ele frisou que o Brasil vai continuar brigando pela paz e voltou a cobrar mudanças na ONU.
“É preciso que a gente tome outra atitude, que a ONU convoque alguma coisa especial, porque esta guerra do jeito que vai não tem fim. Estou percebendo que Israel parece querer ocupar a Faixa de Gaza e expulsar os palestinos de lá. Isso não é justo, não é correto. Temos que garantir a criação de um estado palestino para que eles possam viver em paz junto com o povo judeu. Nós do Brasil sempre defendemos a criação de dois estados: um estado judeu e outro palestino”, destacou o presidente.
“Por isso que disse ontem que atitude de Israel com relação às crianças e mulheres é uma atitude igual ao terrorismo. Não tem como dizer outra coisa. Se sei que está tá cheio de criança naquele lugar, pode ter um monstro lá dentro, não posso matar as crianças para matar o monstro. Tenho que matar o monstro sem matar as crianças. É simples assim”, prosseguiu. “As mulheres grávidas estão acelerando o parto para que as crianças nasçam antes que elas morram, isso em pleno século XXI”, afirmou Lula
Ele disse que, ao conversar com os brasileiros na chegada a Brasília, ficou mais sensível. “Coisas como esta fazem com que a gente fique muito sensível. Agora temos a responsabilidade de ficar procurando mais brasileiros que estão lá ou tentar ver se a gente consegue liberar parentes de brasileiros que estão lá, que querem sair. É o mínimo que podemos fazer. É ser humano no momento que os humanos precisam de humanismo. O Brasil vai continuar brigando pela paz, não é possível, é inadmissível que a gente não tenha uma solução para isso”, disse.