O veículo de imprensa identificou, por exemplo, mais de 200 post boosts, formas comerciais de propaganda usadas pelo Facebook, divulgando o jogo do bicho. O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) já vinha alertando para estes fatos. Ele é relator do PL 2630, de regulação deste setor
O jornal O Globo informou nesta quinta-feira (16) que encontrou nas redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp peças publicitárias que divulgam golpes financeiros aplicados a partir de programas do governo federal e ofertas da Black Friday ao jogo do bicho.
Esta é uma comprovação de que, após chantagearem e interferirem nos assunto do país, e até do Congresso Nacional, as “big techs” continuam veiculando anúncios em suas plataformas com indícios de que são utilizados para cometer crimes no Brasil.
Nos últimos dois dias, mais de 200 post boosts, formas comerciais de propaganda usadas pelo Facebook, divulgando o jogo do bicho, foram localizados pela reportagem do jornal fluminense na própria biblioteca de transparência de anúncios do Meta.
A prática é proibida no país e enquadrada como contravenção penal. Em outra frente, a empresa continua permitindo a exibição de anúncios fraudulentos no programa Desenrola Brasil, voltado à renegociação de dívidas bancárias, após a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça, publicar, em julho, uma medida cautelar pela remoção desses conteúdos, que também atingiu o Google.
As campanhas foram mapeadas pelo NetLab, laboratório da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O laboratório aponta que parte dos anúncios utiliza imagens de políticos. Trechos de entrevistas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e até com nomes de oposição, como o deputado Celso Russomanno (Republicanos-SP), que tem como bandeira a defesa do consumidor, foram editados e descontextualizados.
Esta prática criminosa reforça a necessidade de regulação do setor. O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) é relator do projeto de lei 2630, de regulação da big techs. O mundo inteiro está regulando as big techs em seus países. O deputado paulista tem denunciado as ações criminosas dessas corporação estrangeiras dentro do país.
Quando o PL 2630 foi à votação no Congresso Nacional, essas corporações multinacionais, que não pagam nada pelo conteúdo jornalístico e artístico, e que divulgam e ganham bilhões de propaganda no país, chantagearam os parlamentares e o Brasil para poderem seguir agindo impunemente e sem nenhuma regulação.