Com um total de 64 nomes, entre eles de Michel Temer, uma planilha registra a existência de uma conta-corrente aberta especialmente para abastecer políticos e partidos.
A planilha foi apreendida na sede da empresa JBS, em São Paulo, e apresenta detalhadas movimentações financeiras, segundo revela a revista “Época”, que diz ter tido acesso ao documento sigiloso.
A planilha registra que Temer recebeu no dia 2 de setembro de 2014 o “crédito” de R$ 1 milhão, segundo as anotações. De acordo com a revista, parte dessas transações – descritas ao longo de nove meses – já tinha vindo à tona, por meio de delações premiadas de executivos da JBS, e outra parte permanecia oculta até então.
A data associada a Temer bate com as informações prestadas, por meio de delação premiada, pelo lobista Ricardo Saud. É o mesmo dia que o doleiro disse ter determinado o pagamento, desse mesmo R$ 1 milhão, ao então vice-presidente.
O nível de detalhamento da planilha chama a atenção. Ela foi encontrada pela Polícia Federal dentro de uma pasta no gabinete de Wesley Batista – um dos proprietários da empresa – no dia 11 de maio de 2017. A apreensão foi feita no âmbito da Operação Maquinários, coordenada pela Superintendência Regional da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul.
A planilha registra que Temer, por exemplo, teria recebido o recurso ilícito quando a conta estava recheada com R$ 1.176 milhão – sendo que, desse valor, R$ 405 mil entraram na conta da JBS naquele mesmo dia. Com a retirada de R$ 1 milhão, a conta ficou ainda com um saldo R$ 176 mil, sendo abastecida, três dias depois, com mais R$ 519 mil.