“O conflito Israel e Hamas decorre de décadas de frustração e injustiça por causa da ausência de um lar seguro para os palestinos”, disse o presidente
O presidente Lula (PT) afirmou, nesta terça-feira (21), no encontro dos BRICS (sigla formada por Brasil, Rússia, Índia China e África do Sul), que o conflito Israel e Hamas “decorre de décadas de frustração e injustiça” por causa da “ausência de um lar seguro para os palestinos”.
Foi a primeira reunião dos BRICS com os seis novos integrantes, que participaram como observadores. As nações entram oficialmente no grupo a partir do ano que vem. Lula levantou essas questões na reunião emergencial do bloco, feita por videoconferência, para tratar especificamente do conflito.
O presidente brasileiro disse que a saída não precisa ser criada “apenas pela força das armas” e insistiu que “não podemos esquecer que a guerra atual também decorre de décadas de frustração e injustiça, representada pela ausência de um lar seguro para o povo palestino”.
“Temos longa experiência nacional que reforça nossa fé na paz criada por uma justa negociação diplomática”, disse o presidente.
Desde que conseguiu tirar o primeiro grupo de brasileiros da Faixa de Gaza, Lula tem feito críticas ao genocídio praticado por Israel na região. No discurso, voltou a pregar a coexistência dos dois Estados
Lula afirmou também que o BRICS precisa pensar em uma maneira de impedir que o conflito se alastre pelos países vizinhos e voltou a criticar o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), quando os EUA a proposta brasileira por um cessar-fogo.
Para o líder brasileiro, “é fundamental acompanhar com atenção a situação na Cisjordânia, onde os assentamentos ilegais israelenses continuam a ameaçar a viabilidade de um Estado palestino”. “O reconhecimento de um Estado palestino viável, vivendo lado a lado com Israel, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas, é a única solução possível”, defendeu.
A reunião contou com quase todos os chefes de Estado do novo BRICS. Da formação original, até então titular, participaram Lula e os líderes Xi Jinping (China), Vladimir Putin (Rússia), Narendra Modi (Índia) e Cyril Ramaphosa (África do Sul), que convocou o encontro por videoconferência. Os novos países participaram como observadores. São eles: Argentina, Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Egito e Etiópia.