Os trabalhadores dos Correios de São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e Tocantins, cujos sindicatos são filiados à Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), aprovaram greve por tempo indeterminado a partir de 23 de novembro. Segundo a federação, a paralisação é uma resposta “à persistente recusa da direção dos Correios em resolver 26 questões identificadas antes da assinatura do acordo coletivo”.
De acordo com a Federação, uma das questões é a não incorporação dos R$ 250 ao salário base, “configurando um golpe financeiro direto contra os trabalhadores”.
“O golpe reside no fato de que esse valor não seria incorporado, contrariando o que foi inicialmente negociado. Essa tentativa da ECT de transformar o reajuste salarial em uma medida superficial, sem impacto duradouro, é uma clara ameaça aos direitos e à estabilidade financeira da categoria”, diz a entidade.
Outro item apontado pela entidade, é a iminente tributação sobre a bonificação de R$ 1500 em janeiro que, segundo a federação, “representa um sério risco de redução substancial desses valores, agravando os prejuízos para os trabalhadores já sujeitos a descontos abusivos”.
“As correções no acordo coletivo são essenciais e fundamentais para garantir um acordo coletivo seguro e sem nenhuma dúvida aos trabalhadores. Vale lembrar que, no último pagamento, os trabalhadores sofreram descontos, os quais transformaram o ticket peru em pecúnia, de R$ 1.000,00, em míseros, R$ 300,00. Isso não pode acontecer, e temos o dever de corrigir e melhorar a vida dos trabalhadores dos Correios”, destaca o presidente da Findect, José Aparecido Gandara.
A Federação aponta que essas questões, que aparecem diferentes do que foi negociado, são “erros na redação do acordo coletivo de trabalho” e que a direção dos Correios, resistindo a corrigi-los, está sendo conivente com eles. Por isso, a entidade optou por não assinar o acordo.
A categoria também exige a realização de concurso público, melhorias nos planos de saúde e condições de trabalho dignas, diante de uma carência de concurso e um efetivo defasado há mais de uma década. “Esta greve não se limita à correção de inconsistências do acordo coletivo, mas busca reivindicar direitos e dignidade para os trabalhadores”, afirma José Aparecido.
“A Federação buscou incansavelmente o diálogo com a direção da empresa para corrigir as 26 inconsistências identificadas antes da assinatura do acordo coletivo. Infelizmente, a resposta da direção, presidida por Fabiano Silva, foi inerte e, por vezes, parecia pertencer a um mundo onírico, alinhando-se a uma política que prejudica nossa categoria”, afirma a entidade em nota.
A nota da federação esclarece ainda que, durante esse período de negociação, algumas direções sindicais aprovaram o acordo sem analisar minuciosamente seu conteúdo, permitindo que essas 26 inconsistências persistissem.