“Depois de 14 mil mortos, depois de quase 6 mil desaparecidos, depois de quase 6 mil crianças mortas, depois de centenas de mulheres fazerem cesarianas para terem filhos antes de morrer. Depois de tudo isso, os insanos resolvem fazer um pacto de quatro dias”, denunciou
O presidente Luís Inácio Lula da Silva criticou, nesta quarta-feira (22), durante cerimônia para escolha de propostas para construção de novas unidades do programa Minha Casa, Minha Vida, a demora no acordo de cessar-fogo em Gaza. “Nós estamos vendo o que está acontecendo em Israel, nós estamos vendo o que está acontecendo na Faixa de Gaza”, disse.
“Ontem, depois de 14 mil mortos, depois de quase 6 mil desaparecidos, depois de quase 6 mil crianças mortas, depois de centenas de mulheres fazerem cesarianas para terem filhos antes de morrer. Depois de tudo isso, os insanos que fizeram a guerra resolvem fazer um pacto de quatro dias, quando não poderia nem ter começado a guerra. Precisava deixar 6 mil crianças desaparecidas? Precisava sequestrar e fazer reféns? O problema é que nós, seres humanos, estamos ficando desumanos”, destacou Lula.
Na Cúpula Virtual do G20 – grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo -, realizada também nesta quarta-feira (22), o presidente já havia se pronunciado sobre o acordo de cessar-fogo, fazendo elogios à saída encontrada pelos representantes de Israel e do Hamas.
“Quero saudar, nesta Cúpula Virtual do G20 reunida hoje, o acordo anunciado por Israel que envolve a libertação de reféns, mulheres e crianças, em troca de uma trégua temporária de quatro dias e a libertação de prisioneiros palestinos”, disse o presidente.
“Espero que esse acordo possa pavimentar o caminho para uma saída política e duradoura para este conflito e para a retomada do processo de paz entre Israel e Palestina”, avaliou Lula.
Apesar do repúdio de quase todo o mundo ao genocídio que Israel está praticando contra a população de Gaza, o ditador Netanyahu disse que o cessar-fogo “não significa o fim da guerra” na Faixa de Gaza. “O governo israelense, o Exército israelense e as forças de segurança vão continuar a guerra para trazer de volta todas as pessoas sequestradas, eliminar o Hamas e garantir que não exista nenhuma ameaça para o Estado de Israel procedente de Gaza”, garantiu Tel Aviv em nota.