A disparidade salarial entre os diretores executivos (CEOs) das grandes corporações e seus trabalhadores de base não para de crescer nos Estados Unidos, mantendo a injusta tendência de crescimento desigual dos ganhos, imposta desde os anos 90.
Conforme relatório do Instituto de Políticas Econômicas, os CEOs das 350 maiores empresas americanas embolsaram 312 (trezentas e doze!) vezes o salário recebido por um funcionário, concentração que vem sendo agravada ano após ano.
Esta também é a conclusão do resumo do relatório no The Guardian, que apurou um aumento salarial médio dos diretores executivos das grandes corporações dos EUA de 17,6% ao longo do ano passado, enquanto a remuneração dos funcionários comuns subiu míseros 0,3% no mesmo período. Na maior parte, os trabalhadores do patamar inferior viram seus salários empatarem, enquanto os CEOs embolsaram US$ 18,9 milhões em média, assinala o relatório.
A evolução desta disparidade encontra sólidas raízes na irracionalidade do modelo norte-americano, que para sustentar os privilégios de uma casta cada vez menor e mais parasitária, precisa ampliar a exploração da base da pirâmide de sustentação do anacrônico regime. Assim, se em 1965 a proporção do ganho do CEO para o salário do trabalhador era de 20 para um; em 1989 esse número já havia subido de 58 para um e hoje já ultrapassa as três centenas.