O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, liderou uma manifestação em Havana, na quinta-feira (23), de repúdio ao massacre perpetrado por Israel contra o povo palestino na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
“Cuba não está e não estará entre os indiferentes. Free Palestine! (Liberdade a Palestina! em inglês)”, publicou o site digital Presidência de Cuba em sua conta na rede social X (antigo Twitter), onde confirmou a participação de Díaz-Canel, do primeiro-ministro Manuel Marrero, e de outros altos funcionários do governo e políticos.
Convocados pela União de Jovens Comunistas (UJS), e várias organizações estudantis do país, como a Federação de Estudantes Universitários e a Federação de Estudantes do Ensino Médio, mais de 100.000 jovens e moradores do centro de Havana participaram da marcha, segundo informações do Ministério do Interior no serviço online X. Foi a maior de muitas manifestações que aconteceram em Cuba desde o início do conflito.
“CHEGA DE GENOCÍDIO”
“Cada ferida naquela pátria (Palestina) é também uma ferida no coração de Cuba, cada mulher, idoso ou criança martirizada ali nos abala profundamente. Junto com o povo de Havana está a mais alta liderança do país. Chega de genocídio, a Palestina merece ser livre”, disse Meyvis Estévez, líder da UJS, no evento.
Em seu discurso, Meyvis pediu em nome da juventude cubana uma solução imediata e justa que detenha o genocídio na Palestina, e exigiu que as resoluções históricas da Organização das Nações Unidas (ONU), que buscam a coexistência e a tolerância, sejam respeitadas.
“Exigimos que as armas silenciem e a vida fale”, enfatizou a jovem comunista.
Ao passarem no calçadão do Malecón, em frente à embaixada dos Estados Unidos, cujo governo apoia e financia Israel, os jovens agitaram bandeiras palestinas e entoaram consignas como “ianque fascista, você é terrorista”.
Estudantes do ensino médio, universitários e funcionários de empresas estatais foram protagonistas da manifestação.
Díaz-Canel também participou na manhã desta sexta-feira de um concerto “por uma Palestina Livre”, organizado na Plaza de la Revolución, depois de receber 144 jovens palestinos que estudam medicina na ilha.
VÍTIMAS CRESCEM DIA APÓS DIA
Os números registrados na quinta-feira (23) pelo Ministério da Saúde de Gaza, que são os utilizados pela ONU, elevaram a 14.854 a quantidade de civis mortos naquele território palestino, sitiado desde 7 de outubro.
Entre o total de mortes há 6150 crianças e mais de 4000 mulheres. Os números confirmados pelas autoridades de Gaza não incluem as mais de 6.000 pessoas desaparecidas e que se acredita estarem sob os escombros dos edifícios bombardeados, incluídos mais de 4700 crianças, indicaram as autoridades palestinas.
Outras 36 mil pessoas ficaram feridas no conflito que deixa mais de 1,5 milhão de deslocados, a maioria habitantes do norte do enclave – a área mais afetada pelos ataques de Israel – que foram forçados a viajar em direção ao sul da Faixa de Gaza.