Entidade defende medidas urgentes para recuperação da indústria de transformação e queda mais acelerada na taxa Selic
A Federação das Indústrias Paulistas (Fiesp) aponta que a indústria paulista continuou perdendo força em outubro, cenário que se expressa na queda dos indicadores de vendas reais em 2,3% ante setembro e de 0,7% nas horas trabalhadas na produção na mesma base de comparação.
De acordo com a entidade, o resultado não surpreende: o desempenho das indústrias paulistas já vinha sendo monitorado pela Sondagem Industrial, que aponta que o setor ainda continua sofrendo com os juros altos e a falta de uma política industrial.
Ante setembro houve variação positiva – embora bastante tímida – dos indicadores de salário real médio (+0,7%) e do Nível de Utilização da Capacidade Instalada (+0,1 p.p).
No acumulado de 12 meses até outubro, as vendas reais do setor industrial apresentam recuo considerável de 6,5%, “indicando que o segmento industrial permanece aprofundando a situação de encolhimento do faturamento no ano”, afirma a Fiesp.
Já as horas trabalhadas na produção (+1,7%) e os salários reais médios, somam resultados positivos de 1,7% e 1%, respectivamente.
“A Fiesp, que tem como missão defender os interesses do setor industrial, que é fundamental para o desenvolvimento econômico do país, incessantemente reforça que, para que a situação seja revertida, deve haver mudanças pontuais e estruturais que visam a recuperação da indústria de transformação”, afirma a entidade, em nota.
Defensora do corte das taxas de juros que trouxeram resultados brutais para o setor industrial do país, a Fiesp afirma que o contexto indica que é necessário reduzir a Selic (taxa básica de juros) de forma mais célere.
“Neste ano, em incontáveis textos, a casa da indústria paulista indicou e ainda indica que a SELIC deve ser reduzida de forma mais célere, que seja definitivamente aprovada a Reforma Tributária, que seja adotada a medida de Depreciação Superacelerada, incentivando o investimento e a modernização de máquinas e equipamentos, além da elaboração do Plano Produção. São medidas que tendem a auxiliar no crescimento de médio a longo prazo, seja da indústria, bem como dos demais setores da economia”, completa.
Para o ano de 2023, a Fiesp projeta queda de 0,5% da produção industrial.