O senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que “Maceió vive, há seis anos, aterrorizada com frequentes abalos e realocações coercitivas, ampliação das fendas e tremores” por conta dos crimes da Braskem e denunciou que a Prefeitura quer “anistiar” a mineradora.
“Isso não começou ontem, não foi da noite para o dia. A Prefeitura de Maceió sempre minimizou os crimes da Braskem. Alegava que não havia mais riscos para a sociedade. Mentiu, evidentemente!”, declarou o senador em comunicado nas redes sociais.
Ao longo dos últimos dias, cresceu o ritmo do desmoronamento na região da mina 18 da Braskem, no bairro do Mutange. Tremores foram registrados no local.
Calheiros afirmou que a Prefeitura fez um acordo com a Braskem e o Ministério Público “que é um perdão, uma anistia” para a empresa responsável pela tragédia em Maceió.
O acordo entrega para a Braskem as “ruas, praças públicas e os terrenos dos bairros afetados para uma posterior utilização no mercado imobiliário”, segundo Renan Calheiros.
“É como você ser assaltado e depois você fazer um acordo com o assaltante e entregar o seu carro”, continuou.
O acordo teve apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que está pedindo para o governo federal recursos. Lira é aliado do atual prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL).
Ainda de acordo com Calheiros, “o acordo ilegítimo entre a Braskem, o Ministério Público e a Prefeitura de Maceió excluiu o Estado, outras cidades e ignorou as vítimas. Até hoje, elas não viram os centavos do R$ 1,7 bilhão pago pela Braskem à Prefeitura de Maceió”.
“Está no acordo que nenhum prefeito que suceder o atual vai poder revogar esse perdão. Portanto, um perdão eterno”, completou.
O senador disse que já enviou essas informações para a CPI da Braskem, que já foi instalada, mas está sendo atrasada porque os líderes partidários não enviaram as indicações dos membros.
Disse ainda que encaminhou “todas as providências” no Tribunal de Contas da União (TCU), na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e na Justiça para barrar o acordo.