Mayra Aguiar voltou a fazer história para o judô brasileiro. Desta vez, ela faturou o Grand Slam, em Tóquio, e atingiu um feito inédito para o país no esporte neste domingo (3). Com a medalha na capital japonesa, ela quebrou um jejum de 37 anos para o Brasil.
A campanha da brasileira teve pelo caminho Antonina Shmeleva, russa que competiu como neutra, além das japonesas Mizuki Sugimura e Mami Umeki. O torneio é tido como o mais difícil do mundo.
A brasileira, porém, não deu a mínima chance a Inbar Lanir. Encaixou três golpes para pontuar, um deles com um wazari, e amassou a israelense no solo quando o tempo de luta se esgotou.
Depois de tirar o ano para treinar e se recuperar fisicamente, Mayra fez três torneios e só perdeu uma luta este ano, para a italiana Alice Bellandi, líder do ranking mundial. De forma mais ampla, nos últimos 27 confrontos que fez, a brasileira foi derrotada somente quatro vezes. Em três, para Bellandi, que não foi a Tóquio.
“Esta conquista é muito especial para mim. Era uma competição que sempre quis ganhar. Tanto pela dureza que ela é e também porque, depois do Brasil, o Japão é meu lugar favorito. Muito Obrigada pela torcida. Seguimos em frente”, disse Mayra Aguiar, após o título do Grand Slam de Tóquio de Judô.
A medalha de Mayra no Grand Slam japonês é a segunda do Brasil no evento. No sábado (2), Jéssica Lima, da categoria até 57kg, faturou a medalha de prata, voltando a colocar o Brasil em uma final após dez anos. Ela, porém, não deve ir à Olimpíada de Paris-2024, porque é a da mesma categoria de Rafaela Silva, eliminada na estreia.
Por causa dos custos e da dificuldade de conquistar um bom resultado, o Brasil nem sempre envia força máxima ao Grand Slam de Tóquio. O único brasileiro campeão no Japão até então era Sergio Pessoa, que venceu a Copa Jigoro Kano, em 1986, em formato diferente do atual.