Após os recentes conflitos ocorridos na cidade de Pacaraima, na região de fronteira Brasil-Venezuela, no último final de semana, um grupo de refugiados venezuelanos chegou à capital de Roraima, Boa Vista.
A direção de um dos abrigos de refugiados informou à Agência Brasil que os imigrantes chegaram em estado de choque, com medo e cansados. Muitos ainda estavam assustados pela perda dos poucos bens materiais, que foram queimados pro moradores da cidade, numa agressão aos refugiados do país vizinho.
O conflito começou após um assalto a um comerciante local, que foi agredido por quatro venezuelanos. Diversos grupos de moradores se dirigiram ao acampamento dos refugiados na cidade e os expulsaram, destruindo seus pertences e queimando suas roupas. Segundo o Exército, 1.200 venezuelanos voltaram para seu país de origem.
Todos os dias, cerca de 800 venezuelanos chegam ao Brasil após fugirem da situação de miséria e fome no país governado por Nicolás Maduro.
Para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a situação da fronteira se agrava por conta da “inoperância do governo federal”, que não tomou providências para a questão dos imigrantes até os acontecimentos do último fim de semana.
Na terça-feira, o governo federal anunciou que vai intensificar o programa de interiorização de venezuelanos de Roraima para outros estados. Segundo os representantes do governo, cerca de mil imigrantes serão deslocados no próximo período. “A ideia, é que nós tenhamos voos já definidos, programados, sempre aos finais dos meses”, disse Viviane Esse, representante da Casa Civil.
FRONTEIRA
A Advocacia-Geral da União enviou ao Supremo Tribunal Federal uma manifestação contrária ao pedido do governo de Roraima para fechar temporariamente a fronteira do Brasil com a Venezuela.
No documento entregue ao Supremo, a AGU explica que além de ineficaz, o fechamento da fronteira é contrário à ordem jurídica nacional e internacional, uma vez que violaria tratados internacionais aos quais o Brasil é signatário.