Durante a sessão da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) que votaria a autorização para entregar a Sabesp para a iniciativa privada, nesta quarta-feira (6), a Polícia Militar agrediu manifestantes contrários à privatização da companhia de água e esgoto de São Paulo, lançou gás de pimenta e bateu nos presentes, inclusive, com cassetetes.
Mais uma vez, deputados governistas, a favor do projeto do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não se manifestavam na tentativa de acelerar o processo e votar logo o projeto. Apenas os deputados da oposição falavam e criticavam a iniciativa abrupta de privatizar a Sabesp sem qualquer planejamento, estudo e consulta pública.
Entre a fala de um deputado e outro, a galeria tomada por civis e representantes de entidades dos movimentos sociais, entidades estudantis e comunitárias, entoava palavras de ordem contra a venda da companhia.
Os manifestantes então se levantaram e entoavam contra a privatização de pé. O clima na Alesp se conflagrou e deputados bolsonaristas, especialmente Lucas Bovi (PL), foram no microfone pedir para o presidente da Casa, André do Prado (PL), que tomasse providências para protegê-los da revolta popular contra a privatização.
O presidente da Alesp aguardou alguns minutos e em seguida acatou seus correligionários e pediu para o Polícia Militar esvaziar as galerias. Neste momento, a policia passou a agir de maneira incisiva contra os manifestantes para tocá-los para fora da galeria. Primeiro o gás de pimenta, depois agressões físicas.
Os manifestantes não estavam se recusando a sair e mesmo deixaram a galeria debaixo de porrada da Polícia. Ao menos uma pessoa foi retirada do auditório algemada. A sessão foi interrompida às 18h29 para que o local fosse esvaziado. Por volta das 19h, foi feita uma varredura. Até o momento a sessão não voltou.
SEM DEMOCRACIA
A violenta repressão da Polícia Militar contra os trabalhadores e estudantes que ocupavam as galerias causou revolta aos que assistiam a sessão. O jornalista Datena, em seu programa “Brasil Urgente” repudiou o uso dos policiais para agredir as pessoas que acompanhavam a votação. “Muitos dos deputados que se escondem atrás dos policiais votaram contra o aumento de salário para a PM”, criticou.
“O povo tem o direito de se manifestar”, destacou Datena.
O apresentador questionou ainda a falta de democracia no processo de aprovação e questionou as razões de não quererem ouvir a opinião da população sobre a privatização. “Porque não querem levar em conta a opinião dos que utilizam a Sabesp?”, indagou.
Veja abaixo vídeos compartilhados nas redes sociais mostrando a ação truculenta da Polícia Militar de São Paulo:
E as agressões sofrida pelos políciais?? Tenho certeza que não foram os policiais que deram início a confusão e sim os manifestantes, até pq não eram os policiais que estavam “revindicando” mas sim os manifestantes.
Tás brincando? Eram os manifestantes que estavam armados com cassetetes, gás de pimenta e gás lacrimogêneo? O povo não tinha o direito de ser contra o roubo da Sabesp – que é sua propriedade? Enquanto isso os policiais – isto é, os bolsonaristas que mandam neles – tinham o direito de agredir e impedir o povo de ser contra o roubo? Por essa lógica, os culpados pelos crimes dos nazistas foram suas vítimas, que resistiram.