O governo federal conseguiu, junto a bancos de desenvolvimento, R$ 50 bilhões para serem investidos em 124 obras de integração com 11 países vizinhos, incluindo aeroportos e hidrovias para fomentar o comércio e o desenvolvimento no continente.
O programa “Rotas para a Integração” foi produzido pelo Ministério do Planejamento e terá o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e do Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata).
Os bancos assinaram o plano na quinta-feira (7), na presença do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin, da ministra do Planejamento, Simone Tebet, e do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Também estiveram na cerimônia o presidente do Paraguai, Santiago Peña, e da Bolívia, Luis Arce.
O programa conta com 124 projetos envolvendo 11 Estados fronteiriços e 11 países vizinhos. As obras foram incluídas no Novo PAC e deverão ser concluídas até 2026.
“Estamos, efetivamente, nos aproximando de realizar o sonho da integração entre Atlântico e Pacífico”, afirmou o presidente Lula na abertura da cúpula do Mercosul, na quinta-feira (7). “São ferrovias, são rodovias, são hidrovias. E aeroportos”, completou Lula.
A ideia é realizar obras de infraestrutura nas fronteiras para facilitar a logística e incentivar o comércio entre os países sul-americanos.
Somente para as obras realizadas no território brasileiro, os bancos investirão R$ 22 bilhões. O restante será passado para os outros países envolvidos.
Segundo a ministra Simone Tebet, “estamos falando de aumentar o comércio, diminuir a pobreza e a desigualdade nos Estados fronteiriços, de desenvolver turismo e cultura”.
“Trata-se de um ‘PAC da Integração’, que contempla infovias, hidrovias, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e linhas de transmissão de energia elétrica”, explicou.
Simone Tebet ressaltou que “a América do Sul se consolidou como um mercado fundamental para os produtos brasileiros com maior valor agregado”.
“O foco desta atuação conjunta serão os projetos estratégicos de infraestrutura de integração, incluindo o apoio tanto por meio da disponibilidade de linhas de financiamento como a estruturação de projetos”, completou.
A ministra ressaltou que essas obras são fundamentais para desenvolver cadeias produtivas e fortalecer o comércio. Durante a cerimônia, ela contou diversos casos de produtos que precisam fazer rotas muito mais longas para chegarem ao destino final por falta de pontes e estradas pavimentadas.
As 124 obras serão voltadas para as fronteiras com Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que esse “é o maior fundo financeiro da história da integração do Mercosul. Melhorar a infraestrutura vai permitir adensar cadeias produtivas regionais”.
CINCO ROTAS
O programa divide as 125 obras em cinco “rotas”, sendo elas:
- Rota da Ilha das Guianas: envolve os Estados do Amapá, Roraima, Amazonas e Pará e fronteiras com a Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela
- Rota Multimodal Manta-Manaus: obras de infraestrutura para vias fluviais nas fronteiras e no caminho entre o Amazonas, Roraima, Pará e Amapá com a Colômbia, Peru e Equador
- Rota do Quadrante Rondon: na fronteira entre o Acre, Rondônia e Mato Grosso com Bolívia e Peru
- Rota de Capricórnio: obras nos Estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina e na Argentina, Chile e Paraguai
- Rota Porto Alegre-Coquimbo: na fronteira no trajeto entre o Rio Grande do Sul e Argentina, Chile e Uruguai