Em um áudio divulgado à imprensa, o teólogo Frei Betto pediu a imediata liberação dos militantes presos durante a sessão da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), quando se manifestavam contra a votação que autorizou a entrega da Sabesp à iniciativa privada.
Conforme reportagem do portal 247, Frei Betto classificou as prisões de “injustas” e a tentativa do governador Tarcísio Freitas de privatizar a Sabesp de “criminosa” e “lesiva”.
Durante a sessão, além da truculência da Polícia Militar, que agrediu os manifestantes com cassetetes e lançou gás de pimenta, 4 pessoas foram presas. O grupo ficou detido até ser encaminhado para a audiência de custódia, mas o professor Lucas Carvente e o estudante Hendryll Luiz, foram mantidos presos.
“Peço aos responsáveis que liberem o quanto antes essas pessoas, para aprimorar a democracia e respeitar o direito de opinião e manifestação”, afirmou Frei Betto.
A advogada Raquel Brito, da Unidade Popular (UP), organização da qual os presos fazem parte, disse que “foram prisões ilegais, prisões de pessoas que estavam ali exercendo o seu legítimo direito de manifestação num lugar que era para ser um ambiente de debate democrático”.
Segundo ela, mesmo as pessoas liberadas ainda responderão processos. “Mesmo não entrando no mérito, avaliando só essa parte processual, não caberia [a manutenção da prisão], porque eles trabalham, têm residência fixa, não trazem nenhum risco para o bom andamento do processo, que é o que se avalia nessa audiência de custódia”, disse.
De acordo com nota divulgada pela UP, “trata-se de mais uma violência: criminalizar as pessoas que lutam contra a entrega do patrimônio público”.