Exigindo aumento de 10% no salário mínimo e mais recursos para os serviços públicos, os trabalhadores uruguaios, tanto do setor público quanto privado, realizaram uma greve geral nesta quarta-feira (22). O movimento atende a consigna: “Se os trabalhadores estão indo bem, o povo vai bem”.
A central sindical do país, a PIT-CNT, reivindica que as empresas públicas e um maior investimento público devem ser os pilares do desenvolvimento industrial. Para que a produção não dependa dos mercados internacionais, as políticas públicas devem fortalecer o mercado interno. A PIT-CNT indica que os salários mínimos devem atingir os 16 mil pesos uruguaios, cerca de 500 dólares – pelo menos 50 dólares a mais do que atualmente. A valorização dos salários não só distribui renda, mas também aumenta a qualidade de vida dos trabalhadores em geral.
Com a paralização atingindo principalmente os transportes, o serviço público, escolas e universidades, a direção da Central considerou que a convocação à greve geral foi amplamente atendida pelos trabalhadores uruguaios.
O movimento grevista propõe que o orçamento anual do governo para a educação seja, no mínimo, 6% do PIB, que atualmente não atinge os 5%. Para pesquisa a reivindicação é de 1% do PIB.
Para o secretário geral da PIT-CNT, Marcelo Abdala, “a classe trabalhadora é uma força social inevitável para que haja mudanças positivas e se os trabalhadores estão indo bem, o povo vai bem”. Para o sindicalista, a movimentação das grandes empresas no Uruguai é para tentar esvaziar as negociações coletivas e, por isso, “este é o momento de defender as negociações coletivas e participar de forma contundente da greve”.
A Associação e Federação Rural do Uruguai propôs 0% de aumento para os trabalhadores do campo em 2018 e 2019, o que foi fortemente rechaçado por toda a classe trabalhadora do país.
Abdala vê os planos das grandes empresas e das multinacionais como uma “utopia reacionária”. “Eles olham para os vizinhos, olham para o Brasil com a reforma Trabalhista de Temer, olham para a Argentina com a desvalorização salarial de Macri, governos do grande capital que sonham não somente em negar as reivindicações dos trabalhadores e conquistas de décadas de luta”, afirmou.
PEDRO BIANCO