O dados do primeiro trimestre de 2024 já podem ser de crescimento negativo, alerta o economista da UNB
O professor associado da UnB José Luis Oreiro defendeu na segunda-feira (11), em entrevista à Folha de S. Paulo, a aceleração da queda dos juros. Para ele, “o fraco investimento das empresas em capacidade produtiva e a queda do vigor da indústria de transformação são sinais claros de fraca demanda”.
Em sua opinião, “isso seria suficiente para o colegiado do BC fazer um corte de 0,75 ponto porcentual já no próximo encontro do Copom”.
“Eu gostaria que o Copom acelerasse [o ritmo de corte], não creio que vá. É uma discussão que vai ganhar força no primeiro semestre de 2024, quando vierem os dados do primeiro trimestre, que podem ser de crescimento negativo”, diz.
“Até porque não vamos ter a contribuição extremamente positiva do agronegócio no PIB por conta do El Niño [fenômeno climático]”, afirma Oreiro, que considera que os dados não refletem a realidade do país. Para o economista há um “desemprego disfarçado”, com trabalhadores subutilizados.
O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que cresceu apenas 0,1% em relação ao trimestre anterior, na opinião de José Luis Oreiro, coloca “um pouco de água morna na banheira”, mostrando que a economia está perdendo tração.
Enquanto a economia perde tração, como aponta o economista da UNB, a manutenção dos juros nas alturas e, até mesmo, a queda nominal a conta-gotas, com inflação estável, tem provocado, na verdade, a manutenção e, inclusive, a alta, dos juros reais. Como este é o fator que interessa para a decisão para se investir ou não, o país segue estagnado.