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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes se demonstrou favorável à portaria do Ministério do Trabalho, que acaba com o combate ao trabalho escravo, ao dizer na quinta feira, 19, que ele tem um trabalho “exaustivo” ao acumular outras funções no judiciário, como a de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Esse tema é muito polêmico. O importante é tratar do tema em um perfil técnico, não ideologizado. Nós mesmos já tivemos no STF debates a propósito disso, em que se diz que alguém se submete a um trabalho exaustivo. Eu, por exemplo, acho que me submeto a um trabalho exaustivo, mas, com prazer, não acho que faço trabalho escravo, corro do Supremo para o TSE” afirmou. Mendes disse não ter lido a portaria, e ainda debochou do trabalho dos Auditores Fiscais do trabalho. “Já brinquei no plenário do Supremo que dependendo do critério do fiscal, talvez ali na garagem do Supremo, ou aqui na garagem do TSE, que talvez seja mais saudável, alguém possa identificar aí condição de trabalho escravo…” disse Gilmar.
O Procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, rebateu no início desta semana, as declarações do Ministro Gilmar Mendes:
“Estamos falando de trabalhador que é obrigado a comer carne podre, que não tem água potável, que dorme no chão, que não tem a menor condição de trabalho, tem que tomar banho no rio, o mesmo rio em que os búfalos ficam o dia inteiro como eu já pude presenciar em uma operação que fiz contra o trabalho escravo. Não estamos falando em quem fica no ar condicionado e tem dezenas de assessores”, disse Fleury.