Evento organizado pela Fundação Mauricio Grabois (FMG) e sua Cátedra Cláudio Campos discutiu o Nacional-desenvolvimentismo e os desafios do governo Lula
Política, economia e reindustrialização: trabalho em emprego em novas bases tecnológicas. Esse foi o tema da última mesa do seminário “O nacional-desenvolvimentismo e governo Lula” organizado pela Cátedra Cláudio Campos da Fundação Mauricio Grabois (FMG) que aconteceu na quinta-feira (14/12).
O evento contou com a participação da secretária-executiva do Conselho Nacional do Desenvolvimento Industrial (CNDI) Verena Hitner, do professor da Unicamp Mariano Laplane e do ex-ministro do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) Sergio Rezende.
A apresentação foi feita pelo economista Nilson Araújo de Souza e a mediação pelo diretor da FMG Nivaldo Santana. A presidente da Cátedra Cláudio Campos e diretora da FMG, Rosanita Campos, também coordenadora do projeto, fez o fecho o debate.
Nilson Araújo defendeu mudanças na política macroeconômica para garantir que o país possa retomar o desenvolvimento. O economista destacou a necessidade de redução das taxas de juros, que, segundo ele, estão entravando os investimentos. Nilson também chamou a atenção para a necessidade de uma política fiscal expansionista para que, tanto o poder o público como a iniciativa privada, possam investir.
Verena Hitner lembrou que a industrialização precisa estar conectada com o desenvolvimento do país. “O mundo inteiro passa por um processo de desindustrialização. No caso do Brasil, esse processo vem associado a um processo de piora da qualidade de vida das pessoas”, argumentou Verena.
A integrante do CNDI destacou ainda o lugar privilegiado ocupado pelo Brasil na agenda da sustentabilidade. “Nós somos a grande referência internacional da energia limpa”, registrou a secretária-executiva do CNDI. Ela apontou os grande eixos do processo de reindustrialização e destacou o papel da pesquisa para o avanço do processo no país.
Assista o debate na íntegra
O ex-ministro Sergio Rezende também apontou a importância da ciência e tecnologia para o desenvolvimento nacional. “Não é uma coincidência que os oito maiores países do mundo, do ponto de vista econômico, sejam também os oito países que mais produzem ciência no mundo”, indicou Rezende. Ele fez um histórico da construção do sistema de ciência e tecnologia no Brasil e do papel que tiveram as conferências do setor. Ele lembrou que o país está há treze anos sem realizar nenhuma conferência.
Rezende disse estar muito satisfeito com a atual gestão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e afirmou que não podia recusar o convite de sua grande amiga e conterrânea Luciana Santos, titular da pasta, para coordenar a V Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que será realizada em julho de 2024.
Mariano Laplane explicou que o Brasil mudou e com isso a própria forma da industrialização. “Seria um grande equívoco repetir a industrialização do passado, por isso não gosto do termo reindustrialização. Prefiro a neoindustrialização”, defendeu o professor da Unicamp.