A candidata da Rede à presidência da República, Marina Silva, afirmou domingo (26), em São Paulo, que, se eleita, vai manter o poder aquisitivo do salário mínimo. Ela participou, ao longo de quase três horas, de uma roda de conversa na casa de uma moradora do bairro do Capão Redondo, na zona sul da capital paulista.
O bate papo aconteceu com cerca de 20 mulheres moradoras da região, a maioria negras e microempresárias. Marina falou um pouco de sua história e respondeu perguntas sobre saúde, educação, empreendedorismo e economia. Ao ser questionada sobre aumento do salário mínimo, prometeu trabalhar para manter seu poder aquisitivo.
“Nós vamos trabalhar para que o país volte a crescer, a ter investimentos, recuperar o emprego e que as pessoas possam ter salários justos e salários dignos. Numa situação de crise como a que estamos vivendo, assumimos o compromisso de manter o poder aquisitivo do salário mínimo”, declarou.
A atual regra de reajuste do salário mínimo obedece a uma fórmula que leva em consideração o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes e a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior. Essa fórmula vale até 2019.
A presidenciável criticou o que ela classificou de indiferença de setores públicos com a crise econômica do país para aumentar os próprios salários. “E com justa razão, a comunidade fez a crítica a aqueles segmentos que querem sacrifícios só dos mais pobres e aumentam os seus próprios salários, como tivemos no Legislativo e no Judiciário”, disse.
Ao comentar as queixas das empreendedoras da periferia, a candidata da Rede criticou a abundância de crédito para empresários corruptos e também reclamou dos juros altos disponíveis no mercado para microempresários.
“Hoje temos um sistema de crédito que não favorece o empreendedor, e menos ainda o empreendedor comunitário, que tem um micronegócio e empreende por necessidade. Minha proposta é que os bancos públicos criem linhas de crédito mais acessíveis para esse tipo de empreendimento. O BNDES gastou um trilhão com empresários já milionários, como Eike Batista. Imagine uma fração desse dinheiro para uma carteira de crédito com juros baixos”, afirmou.
Contudo, Marina diz também que quer fazer uma reforma da Previdência. O tema é bem impopular. Não é por acaso que Temer amarga índices recordes de impopularidade.
W. F.