O presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, afirmou em postagem na rede social X que a companhia abriu investigação administrativa para avaliar a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) ao fundo dos Emirados Árabes Unidos em 2021. Segundo Prates, a estatal também está colaborando com as investigações de órgãos de controle sobre a transação.
O presidente da Petrobrás respondeu ao recente relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), que questiona o valor de venda da refinaria pelo então governo Jair Bolsonaro.
“A respeito das notícias que têm sido veiculadas sobre a venda, pelo governo anterior, da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), e tendo sido procurado por diversos veículos de comunicação, informo que essa questão está sob avaliação da Petrobrás, em diálogo com os órgãos de controle”, diz a declaração da última sexta-feira (05).
“É importante esclarecer que já há procedimento administrativo instaurado para avaliação desse negócio específico, sob apreciação das áreas de integridade pertinentes na companhia”, completa Prates.
A nova auditoria da CGU reacende a discussão sobre a integridade da transação entre o governo Bolsonaro e o fundo soberano do Emirados Árabes Unidos Mubadala Capital.
A RLAM, refinaria mais produtiva do sistema Petrobrás, foi negociada durante a pandemia de covid-19 e vendida por US$ 1,65 bilhão – valor considerado ao menos 45% menor do a avaliação inicial. Neste meio tempo, Bolsonaro, que declarava que o Emirados Árabes Unidos eram “os parceiros preferidos” do Brasil, recebeu presentes do governo e autoridades públicas do país, como duas armas, joias, relógios e esculturas.
O relatório da CGU questiona sobretudo o momento e as etapas do processo de venda da refinaria – o que pode ter derrubado a avaliação de preço em função do momento macroeconômico e, assim, representar um possível prejuízo ao interesse público.