Nesta quarta-feira (10), as entidades dos servidores do Executivo Federal que compõem o Fórum das Carreiras de Estado (Fonacate) apresentaram ao governo uma contraproposta sobre os reajustes salariais para 2024, 2025 e 2026.
A reivindicação foi apresentada em ofício, enviado ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). O documento, que começou a ser discutido na semana passada durante a reunião das entidades, propõe a recomposição salarial em três parcelas, a primeira de 9%, a segunda de 7,5% e a terceira de 7,5%, a serem implementadas, respectivamente, nos meses de maio de 2024, 2025 e 2026.
O ofício é uma resposta ao que foi apresentado pelo governo federal no final do ano passado: 0% de reajuste para os servidores em 2024. Na proposta do governo constam apenas reajustes de benefícios. Qualquer índice de correção seria só partir de 2025. Os servidores ressaltam que a proposta não recompõe as perdas inflacionárias dos últimos anos, que se aproximam dos 30%, e destacam, ainda, a preocupação com os aposentados e pensionistas, que não recebem auxílio alimentação e pré-escolar.
O reajuste zero foi amplamente repudiado pelos servidores, com mobilização e greve em alguns setores neste início de 2024, como servidores da Receita Federal, servidores do Ibama e Banco Central, com mobilização marcada para amanhã (11).
PARALISAÇÃO UNIFICADA
Conforme o Fórum dos Servidores, caso não haja avanços na negociação, as entidades encaminharão para uma paralisação unificada do funcionalismo. “Por enquanto, várias categorias isoladamente estão definindo datas para paralisar. O que o Fórum vai fazer é, já a partir dessa contraproposta, a gente tentar unificar esses calendários e ver se tem como fazer um dia nacional de todos esses que estão paralisando isoladamente. Fazer uma coisa só”, declarou Rudinei Marques, presidente do Fonacate, ao SBT News.
Rudinei ressalta que “é inaceitável o congelamento salarial neste ano e uma promessa de reajuste para os dois exercícios seguintes. O governo tem condições de recompor os salários já em 2024, e vamos brigar por isso”.
Além da defesa da correção da remuneração dos servidores, a proposta também reivindica a equiparação, até ao final de 2026, do auxílio-alimentação, saúde complementar e assistência pré-escolar em relação aos valores praticados nos Poderes Legislativo e Judiciário.
“Por fim, propomos ampliar a capacidade operacional das respectivas áreas desse MGI, de forma a dar mais celeridade à instalação das Mesas Específicas já requeridas, bem assim à solução das demandas apresentadas pelas entidades de classe”, conclui o documento do Fórum.