Em doze meses até novembro de 2023, a transferência de recursos públicos para pagamento de juros a bancos e demais rentistas somou R$ 713,4 bilhões, R$ 131,6 bilhões a mais que o mesmo período do ano anterior. Até novembro de 2022 foram gastos R$ 581,8 bilhões
O gasto do setor público (União, Estados/municípios e estatais) com o pagamento de juros somou R$ 713,4 bilhões no acumulado em doze meses até novembro de 2023, de acordo com o relatório de “Estatísticas fiscais” do Banco Central (BC). Só no mês de novembro, o setor público teve que arcar com R$ 43,6 bilhões para o pagamento de juros da dívida.
Em 2022, a transferência de dinheiro público para pagamento de juros foi de R$ 581,8 bilhões. Ou seja, com o BC seguindo com a sua política de juros altos em 2023, a transferência de renda de toda a sociedade brasileira, via juros, a bancos foi elevada em R$ 131,6 bilhões de um ano para o outro.
Uma sangria de recursos públicos desviados da saúde, educação, segurança pública, salários e investimentos para o sistema financeiro. Ou, ainda, quase cinco vezes o valor do gasto com o Bolsa Família de R$ 169,5 bilhões, aproximadamente estimado para o próximo ano projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024, o mesmo que destinou para “despesas financeiras”, diga-se para bancos e demais rentistas, no refinanciamento da dívida pública, a quantia de R$ 1,7 trilhão em 2024.
O Congresso Nacional aprovou o projeto da Lei Orçamentária Anual de 2024, que prevê despesas de R$ 5,5 trilhões. A maior parte desse valor se refere ao refinanciamento da dívida pública.
Assim, com um gasto de juros equivalente a 6,60% do PIB – a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no Brasil -, o setor público atingiu um déficit de R$ 844,8 bilhões no acumulado em doze meses até novembro de 2023, o que corresponde a uma alta de 1,26% ante ao déficit acumulado nos 12 meses anteriores (R$ 834,3 bilhões).