“O país precisa ter condições de monitorar e exercer a proteção das nossas riquezas”, afirmou o almirante Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha
A Marinha Brasileira lançou e incorporou à sua frota, nesta sexta-feira (12), o submarino Humaitá, segundo do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), com propulsão diesel-elétrica e capacidade de ficar submerso por cinco dias.
Segundo a Marinha, o submarino reforçará a proteção e a defesa das riquezas da costa brasileira, ou Amazônia Azul.
O Humaitá tem 71,6 metros de comprimento, 6,2 metros de diâmetro e capacidade de comportar uma tripulação de 35 pessoas. O submarino pode atingir uma profundidade de 300 metros e é capaz de ficar cinco dias submerso, além de 70 dias no mar
O comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, e o ministro da Defesa, José Múcio, participaram da cerimônia, realizada no complexo naval de Itaguaí, na Baixada Fluminense.
O Humaitá tem 71,6 metros de comprimento, 6,2 metros de diâmetro e capacidade de comportar uma tripulação de 35 pessoas. O submarino pode atingir uma profundidade de 300 metros e é capaz de ficar cinco dias submerso, além de 70 dias no mar.
Ele é o segundo submarino desenvolvido e construído no âmbito do PROSUB, sendo o primeiro o Riachuelo. O PROSUB, lançado em 2008 pelo presidente Lula, é um programa de parceria com a França para o desenvolvimento de cinco submarinos, quatro convencionais e um de propulsão nuclear.
O Humaitá foi lançado ao mar no fim de 2020 e, a partir de então, foi submetido a diversos testes, como de flutuação, imersão e propulsão, além de lançamentos de torpedos.
O projeto foi feito pela francesa Naval Group, enquanto a construção foi realizada pela Itaguaí Construções Navais, empresa que foi criada em 2009 pelo acordo entre Brasil e França.
INDÚSTRIA NACIONAL E DEFESA
José Múcio, em discurso no evento, disse que a construção do complexo naval de Itaguaí e a produção de dois submarinos atestam “a nossa capacidade de desenvolvimento, quando estão presentes o comprometimento, a capacitação e a integração dos esforços”.
O ministro se comprometeu a fazer “o que estiver ao nosso alcance para manter essa linha de produção ativa, garantindo o funcionamento dessa excepcional capacidade industrial instalada e a retenção dessa mão-de-obra altamente capacitada”.
“O fortalecimento de nossas Forças Armadas é que garante as condições para o país manter sua tradicional postura pacífica no complexo ambiente das relações internacionais”, acrescentou.
O almirante Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha, comentou que a construção dos quatro submarinos convencionais “atendem precipuamente a uma transferência de tecnologia que nos possibilita construir um Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear, que certamente permitirá ao País um nível de interlocução compatível com a estatura político-estratégica do Brasil”.
“O país precisa ter condições de monitorar e exercer a proteção das nossas riquezas”, afirmou.
O chefe do estado-maior da Marinha, almirante André Luiz Silva Lima de Santana Mendes, destacou que o PROSUB “permite ao país desenvolver, de maneira autóctone, tecnologias inovadoras, aliado à nacionalização de sistemas e equipamentos, resultando em significativo ganho para a indústria nacional”.
No processo de desenvolvimento e produção dos submarinos, “múltiplos setores da economia” foram beneficiados.