“Tivemos uma indústria pujante de construção naval nos anos 1970. Nós precisamos fazer navios, já fizemos, temos tecnologia e acúmulo para isso”, declarou o presidente do BNDES
Em evento realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro, na quarta-feira (24), o presidente da instituição, Aloizio Mercadante, anunciou o programa BNDES Azul destacando as ações de financiamento. “Em 2024, garanto que não serão menos de R$ 2 bilhões para financiar a construção naval. Mas o BNDES reage a bons projetos, projetos estruturantes. Precisamos de bons projetos, olhando para o futuro”, declarou.
“Tivemos uma indústria pujante de construção naval nos anos 1970. Nós precisamos fazer navios, já fizemos, temos tecnologia e acúmulo para isso”.
Mercadante lembrou que o total de exportações brasileiras no ano passado somaram US$ 340 bilhões e que 95% delas deixam o país pelo oceano e portos brasileiros. O Brasil precisa construir navios com o grau de especialização que produz aviões pela Embraer.
Ele informou que o banco já está engajado no propósito de ser um parceiro do setor. O financiamento da construção naval pelo BNDES somou R$ 600 milhões em 2022, e R$ 1 bilhão em 2023.
E, enfatizou que o tamanho da carteira “azul” do BNDES já perfaz R$ 22 bilhões em financiamentos, sendo R$ 13,6 bilhões voltados a embarcações e navios, especialmente no suporte ao pré-sal e estaleiros. Outra frente, a de portos e terminais, já soma R$ 6,5 bilhões em financiamentos.
No evento foi anunciada também a inciativa, dentro do programa, de destinar R$ 19 milhões para pesquisas de planejamento espacial da Marinha, que serão concedidos como incentivo, ou seja, não precisarão ser reembolsados.
Parte deles vão para pesquisas na região Sul no montante de R$ 7 milhões e para o Sudeste serão R$ 12 milhões. Os desembolsos para as regiões Nordeste e Norte ainda serão decididos.
Presente ao evento, a ministra da Ciência Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou que “a agenda voltada para o Oceano, fundamentada na ciência, é prioritária para melhor compreensão dos processos que atuam no meio marítimo”, acrescentando que é “necessária para a soberania e defesa dos espaços marítimos nacionais”.
Também presentes no lançamento do programa a bordo do navio de pesquisa hidroceanográfico Vital de Oliveira H-39, atracado na Praça Mauá, Centro do Rio de Janeiro, estavam o ministro da Defesa José Múcio Monteiro, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o comandante de Operações Navais e diretor geral de Navegação, almirante de esquadra Wladmilson de Aguiar.