A Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet) publicou artigo nesta terça-feira, 28, relatando os prejuízos da Petrobrás após a privatização dos gasodutos da Nova Transportadora do Sudeste (NTS) para um consórcio, o Fundo de Investimento em Participações (FIP), liderado pela Brookfield.
De acordo com a entidade, com a venda, “foram pagos no ato da transação US$ 4,23 bilhões à Petrobrás. Outros US$ 850 milhões serão pagos no quinto ano de operação atualizados à taxa anual de 3,35%”.
“Por outro lado”, segundo relatório da empresa de agosto de 2017, no primeiro semestre daquele ano, “houve um aumento de 63% das despesas de vendas em relação ao trimestre anterior, chegando a um valor de R$ 3,889 bilhões, contra os R$ 2,390 bilhões no primeiro trimestre de 2017”.
“O relatório verifica que esse aumento é decorrente de: ‘Aumento dos gastos logísticos, em função do pagamento de tarifas a terceiros pela utilização dos gasodutos, a partir da venda da NTS (R$ 1,010 bilhão)”. “Ou seja, um valor de aproximadamente 1/6 (um sexto) do efetivamente recebido pela venda da NTS foi gasto com o aluguel dos próprios gasodutos em apenas um trimestre. Isso significa que, mesmo não levando em consideração nenhuma taxa de desconto ou correção monetária, todo o valor recebido pela venda da NTS terá sido pago em aluguéis em apenas 18 meses”.
A entidade ressalta ainda que “em novembro de 2016 a AEPET antecipou os prejuízos decorrentes desta operação. Não obstante isso, o TCU autorizou a continuidade da venda NTS e, pelo que sabemos, nenhuma análise foi requerida à Petrobras sobre a conveniência da alienação deste patrimônio público”.
Ao todo são 12 dutos com mais de 2 mil quilômetros de extensão, que passam pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. E seu único cliente é a Petrobrás.
De acordo com a AEPET, já no primeiro ano após o fechamento da operação, em 2017, outra medida, no mínimo suspeita, foi praticada pelo fundo privado: “a transferência de 7,65% das ações da NTS para o Itaúsa [holding brasileira que controla o Itaú] por US$ 292,3 milhões”.
“Qual seria o interesse comercial do FIP ‘doar’ US$ 140 milhões ao Banco Itaú, além de renunciar a 8,5% do lucro que receberia nos anos vindouros?”
“Em troca de quais “serviços” o Banco Itaú ganhou este presente?”, questionou a AEPET.
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