O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) confirmou nesta terça-feira (29), a indenização aos familiares do pedreiro Amarildo de Souza, morto por policiais na Rocinha em 2013. A decisão, em segunda instância, foi mantida pela maioria desembargadores do TJ-RJ, após o Estado do Rio recorrer do valor da indenização, de R$ 3,9 milhões, arbitrado em julgamento.
Em 2016, a Justiça havia estabelecido que a viúva de Amarildo e seus seis filhos receberiam cerca de R$ 500 mil e os quatro irmãos receberiam R$ 100 mil. Além disso, estava previsto o recebimento de dois terços de um salário mínimo para a viúva.
O advogado João Tancredo, que defende a família, considerou o resultado do julgamento mais um passo rumo à vitória definitiva, pois ainda cabem recursos. O advogado prevê mais dois anos até o desfecho do caso. Ainda, João lembrou que ainda existem recursos do estado e que a família não está recebendo nada e ainda está muito longe de acontecer, infelizmente.
A viúva de Amarildo, Elisabete da Silva esteve presente com alguns de seus filhos no julgamento e ficou satisfeita com o resultado, mas espera por justiça “Dinheiro nenhum vai trazer a vida do meu marido, mas eu quero que a Justiça seja feita pelo o erro que cometeram. Que não aconteçam outros Amarildos no Brasil”, disse a viúva do pedreiro, Elisabete da Silva.
Em 2013, Amarildo de Souza sumiu após dar um depoimento a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha. Os restos mortais do pedreiro nunca foram achados. Em 2016 a Justiça condenou 13 policiais militares por envolvimento na morte de Amarildo. Eles foram acusados de tortura seguida de morte, ocultação de cadáver e fraude processual.