A Procuradoria Regional Eleitoral no Paraná (PRE-PR) ingressou, nesta segunda-feira (27), com ação de investigação judicial eleitoral por abuso de poder e promoção pessoal contra a candidata à reeleição, governadora Cida Borghetti (PP), o ex-governador Beto Richa (PSDB), candidato ao Senado e aos prefeitos de Curitiba, Rafael Greca (PMN), e de Fernandes Pinheiro, Cleonice Schuck (PMDB).
De acordo com a procuradoria, em cerca de 10 eventos, a governadora teria feito uso do cargo para realizar promoção pessoal e propaganda política antecipada. A denúncia aponta que, após a renúncia de Beto Richa ao governo, para disputar a eleição deste ano, seguiu participando de eventos de liberação de recursos para prefeituras. Na ação, a procuradora pede à Justiça a cassação do registro da candidatura ou do diploma de Cida e Richa, e a inelegibilidade dos dois por oito anos.
Ainda segundo a procuradoria, Beto Richa aproveitou que era governador do Paraná para aprovar emendas parlamentares apenas para sua base aliada, visando o apoio deles para as eleições de 2018. Além disso, o Ministério Público Federal (MPF) afirmou que Richa fez propaganda pessoal, com a ajuda de Cida Borghetti, de olho no pleito.
Cida Borghetti, Rafael Greca e Cleonice Schuck, segundo a Procuradoria Regional Eleitoral, beneficiaram Beto Richa ao divulgar obras estaduais feitas após ele deixar o Executivo como se fossem de sua autoria.
“Foram carreados aos autos documentos que corroboram com a denúncia apresentada, no sentido de que o investigado Carlos Alberto Richa se beneficiou dos atos de governo para promover campanha eleitoral. Ainda, constatou-se que, juntamente a Maria Aparecida Borghetti, o prefeito de Curitiba, Rafael Valdomiro Greca de Macedo, e Cleonice Schuck, prefeita do município de Fernandes Pinheiro, beneficiaram o candidato”, diz a denúncia, que também pede a condenação de Greca e Schuck à perda dos direitos políticos.
Juntando notícias e fotos dos dez eventos, a denúncia diz que “no dia 18 de maio de 2018, a governadora Maria Aparecida Borghetti excedeu os poderes conferidos pelo seu cargo, atuando em verdadeiro desvio de finalidade, ao se valer dos investimentos repassados pelo governo do Paraná ao município de Castro, para construção de quadras poliesportivas, para promover publicidade pessoal do investigado Carlos Alberto Richa, visando a uma futura candidatura deste ao cargo de senador”.
“Com tal conduta, além de realizar a promoção pessoal de Carlos Alberto Richa, visando ao cargo de senador ora disputado, a investigada buscou se beneficiar com o prestígio conquistado pelo candidato durante sua gestão, em vista da sua atual reeleição”, afirma a denúncia.
A defesa de Cida e Richa negam as acusações.