A Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) informou que a Petrobrás e as multinacionais Shell, Total e Repsol foram habilitadas a participar do 2º leilão de petróleo da União, quando serão ofertados até 14,4 milhões de barris do petróleo na produção dos campos de Lula e Sapinhoá e área de desenvolvimento de Mero (contrato de partilha de Libra), no pré-sal da Bacia de Santos.
O 2º leilão será realizado na bolsa de valores B3, em São Paulo, nesta sexta-feira (31/08). O 1º leilão foi um verdadeiro fiasco. Apenas a Shell se habilitou e não apresentou nenhuma proposta.
De acordo com a PPSA, estatal de fancaria criada entregar o pré-sal da União para as multinacionais, os lotes serão ofertados individualmente e poderão ser adquiridos para contratos de 36 meses ou 12 meses.
A Área de Desenvolvimento de Mero (ex-Libra) foi onde ocorreu o primeiro leilão no pré-sal, em outubro de 2013. Dilma mobilizou o Exército, a Força Nacional e a Marinha. O seu aliado Sérgio Cabral, então governador, mobilizou a PM. Todo esse aparato para garantir o crime de lesa-pátria. Com o leilão, foi viabilizada a entrada da anglo-holandesa Shell e a francesa Total no campo com o mesmo peso da Petrobrás (40%). Ainda estão no consórcio as chinesas CNPC (10%) e CNOOC (10%).
Segundo a PPSA, “para o período de 36 meses, a produção estimada da União que será leiloada é de 10,6 milhões de barris de petróleo. Para o período de 12 meses, a produção estimada é de 1,8 milhão de barris de petróleo”.
No campo de Sapinhoá, a produção estimada pela União para um período de 36 meses é de 600 mil barris de petróleo e para 12 meses, de 115 mil barris. A área é operada pela Petrobrás, com 45% de participação. Fazem parte do consórcio a Shell (30%) e a Repsol Sinopec (25%).
Na área de Lula, o maior campo produtor de petróleo do país, a produção estimada pela União para um período de 36 meses é de 3,2 milhões de barris de petróleo e para 12 meses, de 1,1 milhão de barris. O campo é operado pela Petrobrás, com 65% de participação, e tem ainda a Shell (25%) e Petrogal (10%).
Ou seja, as quatro empresas habilitadas já estão nas áreas do pré-sal de onde será ofertado o petróleo da União no regime de partilha. Portanto, o leilão da PPSA vai servir apenas para que as multinacionais ampliem sua participação nessa camada.
Em governo de final de feira, a PPSA quer arrecadar cerca de R$ 1 bilhão, que serão desviados para os bancos através do superávit primário, que é para onde irá parar essa quantia.
Por outro lado, ao reforçar a participação das múltis no pré-sal, o governo vai estimular a exportação de óleo cru, que é essa a política dessas empresas. E tome importação de combustíveis, vinculada ao dólar, mesmo com a enorme crise de preços dos combustíveis no país.
A explicação do governo Temer para o fracasso do 1º leilão é a de que são poucas as empresas que possuem navio com posicionamento dinâmico para operar nas bacias de Campos e Santos. Posicionamento dinâmico é um sistema que controla automaticamente a posição do navio. Se a questão é essa, basta contratar diretamente a Petrobrás que não tem esse problema, uma vez que a estatal brasileira é pioneira na utilização desse tipo de sistema na exploração e produção de petróleo em águas profundas.
Mas Temer e demais lambe-botas preferem as tenebrosas transações e entregar o pré-sal para o cartel internacional do petróleo.
VALDO ALBUQUERQUE
Lucro por barril é a Informação proibida no Brasil, o cidadão não pode participar da decisão. Qual sistema político e econômico oferece o maior lucro por barril? Só isso. A população não pode ter uma inteligência