Sob pretexto da paralisação de oito dias da Refinaria de Paulínia (Replan), a diretoria entreguista da Petrobrás começou a importar óleo diesel e querosene de aviação.
De acordo com o gerente-executivo de Logística da estatal, Caludio Mastella, a importação deverá totalizar cinco cargas de óleo diesel (1,5 milhão de barris) e uma de querosene de aviação.
Contraditoriamente, divulgou nota afirmando que “conta com estoques da própria refinaria [Replan], e com a produção das demais, para garantir a oferta de combustíveis aos seus clientes”, o que coloca em dúvida a necessidade do fechamento da refinaria após o acidente ocorrido no dia 20/08, quando a manutenção de segurança foi feita por terceirizados.
Mastella disse que o aumento da importação de diesel não vai resultar em aumento no preço do combustível. Ele alegou que o diesel está congelado até 31 de dezembro, em função do acordo para encerramento da greve dos caminhoneiros, em maio. Atualmente, o litro custa R$ 0,2316 nas refinarias.
Não é o que pensa Leonardo Gadotti, presidente da Plural, associação que reúne as distribuidoras, para quem somente uma redução no câmbio evitaria reajuste maiores nos próximos meses. “Se continuar a tendência da valorização do dólar, os preços vão aumentar e serão repassados aos consumidores”, disse Gadotti.
Com efeito, nesta quarta-feira (29/08) a cotação da moeda norte-americana fechou a R$ 4,1136. No acumulado da semana, o dólar tem valorização de 0,31%. No mês de agosto, de 9,71% e no ano, de 24,27%.
Pelo acordo com os caminhoneiros, foi estabelecido um subsídio para um desconto de até R$ 0,30 no preço do litro do diesel. A previsão era de que o valor do combustível nas bombas seria reduzido em R$ 0,46. Pesquisa semanal da ANP registra um desconto do preço médio de R$ 0,22.