Governo retoma mesa de negociação após servidores exigirem reajuste salarial ainda este ano

Governo Federal abriu mesa de negociação no ano passado. Sem acordo para política de reajuste, nova reunião foi agendada para dia 28 de fevereiro. Foto: Gov.br

Servidores rejeitaram proposta de congelamento salarial em 2024. Próxima reunião está marcada para 28 de fevereiro

A retomada da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) entre governo e entidades representativas dos servidores federais foi marcada pelo Ministério de Gestão e Inovação (MGI) para o próximo dia 28 de fevereiro, em Brasília-DF. O encontro deve debater a contraproposta de reajuste salarial apresentada pelas entidades, que pedem um reajuste já em 2024.

A negociação acontece diante de forte pressão do funcionalismo, que rejeitou em bloco a proposta de congelamento salarial apresentada pelo governo no final do ano passado. Com categorias em greve, como servidores da Receita Federal e Ibama, a mobilização cresceu também nas últimas semanas com adesão dos docentes federais. De forma unitária, as entidades convocam uma mobilização nacional, na véspera da negociação, no dia 22 de fevereiro.

A reivindicação apresentada pelos servidores foi apresentada de forma unificada na semana passada, após reunião do Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e as centrais sindicais. A proposta de posição salarial apresenta índices de reajuste divididos em dois blocos.

No primeiro bloco, o funcionalismo pede reajuste de 34,32% em três parcelas iguais de 10,34%, em 2024, 2025 e 2026, para os servidores federais que, em 2015, firmaram acordos por dois anos (2016 e 2017). Já no segundo bloco, a categoria pede reajuste de 22,71% dividido também em três parcelas iguais, dessa vez de 7,06%, em 2024, 2025 e 2026, para os servidores que, em 2015, fecharam acordos salariais por quatro anos (2016 a 2019).

Os servidores querem, ainda, equiparação dos benefícios do Executivo aos do Legislativo e Judiciário. Eles reclamam de defasagem com relação aos outros dois Poderes, que tiveram ajuste nos auxílios de 19,03%. A proposta do governo, apesar de aumentar o valor dos benefícios, mantém a defasagem do Executivo.

Nesta semana, a ministra chefe do MGI, Esther Dweck, voltou a afirmar que um reajuste ainda este ano não está descartado. Condicionou, no entanto, a valorização dos salários do serviço público a um possível “aumento de arrecadação”, ou seja, à âncora fiscal do Ministério da Economia. “Se você estiver cumprindo a meta de resultado primário e você tiver um excesso de receita, a gente pode ter uma expansão da despesa em até R$ 15 bilhões este ano. E aí, isso sim, já está pactuado com os ministros que compõem a Junta de Execução Orçamentária, que parte disso, sim, seria para um reajuste dos servidores este ano”, declarou ao portal Metrópoles.

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