A perícia criminal federal feita na pepita de ouro encontrada na casa de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, realizada na última quinta-feira (8), mostra que é uma pedra do garimpo. A pepita de ouro encontrada com Costa Neto, que foi detido em flagrante, é proveniente do manejo artesanal, produto de garimpo, segundo análise da perícia da Polícia Federal (PF).
A pepita foi apreendida durante cumprimento de busca e apreensão no quarto do hotel Meliá, em Brasília, onde Valdemar reside.
Segundo o laudo da Polícia Federal, a pepita, com aproximadamente 39 gramas, tem “teor aproximado de 91,76% de ouro contido” e valeria aproximadamente R$ 11.687,71.
Sobre a origem, diz o laudo que “as características da pepita de ouro mineral, tais como o alto teor de ouro, textura, granulometria e a sua composição química e mineral, indicam que se trata de produto aurífero primário, proveniente de retirada direta da jazida, sem processamento, típico de atividade de garimpagem.”
Segundo a origem geográfica, os peritos que analisaram a pepita afirmaram que “o material questionado se enquadra como produto de atividade artesanal de extração de ouro a partir de jazida mineral de minério de metais nobres”, mas que o local específico “perpassará, após as análises, pelo confronto entre o perfil químico do material apreendido e dos demais perfis registrados” em um cadastro instituído pelo governo.
De acordo com os peritos, mesmo com o laudo finalizado, outros exames serão feitos para saber a origem da pepita de ouro. “Serão feitos outros tipos de exames, com outra metodologia que, talvez, em algumas semanas, possa dar este resultado”, explicou um perito.
No mesmo endereço em Brasília, a PF encontrou uma arma de fogo. Segundo apuração do blog da Camila Bomfim, a arma estava com a documentação vencida e registrada no nome do filho do político.
No meio da noite desta quinta, Valdemar foi transferido para a Superintendência da PF no Distrito Federal. Antes, ele estava na sede do órgão. Na prisão por usurpação mineral não cabe fiança.
OPERAÇÃO
A operação deflagrada pela PF na quinta-feira tem entre seus alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e militares. O objetivo é investigar uma tentativa de golpe para manter o ex-presidente no poder.
Bolsonaro teve seu passaporte retido, o que o impede de deixar o país, e ficou proibido de se comunicar com outros investigados, após decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Três militares e um ex-assessor de Bolsonaro foram alvos de mandados de prisão, enquanto ex-ministros e outros integrantes das Forças Armadas foram alvos de mandados de busca.
As investigações apontam que integrantes do governo Bolsonaro planejavam prender os ministros do Supremo Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
A operação da PF mirou nomes como o do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa, e Valdemar da Costa Neto.
O relatório da investigação aponta que Bolsonaro e militares atuavam em seis núcleos. Uma área de inteligência paralela monitorava ilegalmente as autoridades na mira do governo. A PF também encontrou a gravação de uma reunião para discutir o golpe. Ela foi apreendida no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.