“Dois dos cinco ramos identificados pelo IBGE tiveram queda no 4º trim/23 e quatro dos cinco apresentaram desaceleração. O único ramo a manter no 4º trim/23 o mesmo resultado do acumulado jan-dez/23 foram os serviços prestados às famílias”
O setor de serviços encerrou 2023 com alta de 2,3%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o terceiro ano seguido de resultados positivos para o setor, que foi fortemente impactado pela pandemia em 2020.
No entanto, houve uma desaceleração no último bimestre do ano, conforme registrou o IBGE, ao divulgar a pesquisa na sexta-feira (9): “No indicador acumulado nos últimos 12 meses, o setor mostrou perda de dinamismo ao passar de 3,1% em novembro para 2,3% em dezembro de 2023”.
Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa, destacou que a última vez que o setor de serviços brasileiro experimentou crescimento por três anos consecutivos foi entre 2012 e 2014, com um ganho de 11,3%. No triênio atual, de 2021 a 2023, a evolução foi 22,9% – sendo que 2023 teve a menor alta da sequência 2,3%, comparado a 10,9% em 2021 e 8,3% em 2022.
Para o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria), “a comparação interanual do acumulado em doze meses, que expressa a tendência corrente, registrava alta de +8,3% em dez/22 e então de +6,2% em jun/23 e +2,3% em dez/23. Ou seja, embora tenha terminado no azul, o ano de 2023 foi de nítida desaceleração para o setor de serviços, o que fica claro se olharmos os resultados trimestre a trimestre: +5,4% em jan-mar/23; +4,0% em abr-jun/23; +1,1% em jul-set/23 e -0,6% em out-dez/23”.
“Dois dos cinco ramos identificados pelo IBGE tiveram queda no 4º trim/23 e quatro dos cinco apresentaram desaceleração. O único ramo a manter no 4º trim/23 o mesmo resultado do acumulado jan-dez/23 foram os serviços prestados às famílias”, ressaltou o Iedi.
Segundo os dados da pesquisa mensal de dezembro, o setor que mais emprega no país e responsável por cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto), registrou discreta variação de 0,3% em relação a novembro, resultado aquém do esperado por conta das festas e férias de final do ano, que usualmente movimentam os serviços prestados às famílias. Sobre dezembro de 2022, houve queda de 2%.
No acumulado do ano passado, os serviços prestados às famílias, que têm maior peso nos serviços gerais, registraram alta de 4,7% – alcançando pela primeira vez o patamar pré-pandemia. A pesquisa também destaca que quatro das cinco atividades analisadas apresentaram taxas positivas em 2023, sendo que 55,4% dos 166 tipos de serviços analisados registraram crescimento. Os setores de serviços de informação e comunicação (3,4%) e de profissionais, administrativos e complementares (3,7%) foram os destaques.
Das 27 unidades federativas, 25 apresentaram elevação na receita real de serviços em 2023. Destacam-se os resultados positivos em Minas Gerais (7,7%), Paraná (11,2%), Rio de Janeiro (3,3%), Mato Grosso (16,4%), Santa Catarina (8,0%) e Rio Grande do Sul (4,4%). Por outro lado, São Paulo (-1,8%) e Amapá (-2,2%) registraram quedas.